ATA DA OCTOGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 29-10-2003.

 


Aos vinte e nove dias do mês de outubro de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elói Guimarães, João Bosco Vaz, Marcelo Danéris, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e foram aprovadas as Atas da Septuagésima Sexta e Septuagésima Sétima Sessões Ordinárias. À MESA, foram encaminhados: pela Vereadora Berna Menezes, juntamente com o Vereador Renato Guimarães, o Projeto de Lei do Legislativo nº 438/03 (Processo nº 6000/03); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Providências nº 2408/03 (Processo nº 6006/03) e o Projeto de Resolução nº 108/03 (Processo nº 6034/03); pela Vereadora Margarete Moraes, o Projeto de Lei do Legislativo nº 437/03 (Processo nº 5954/03); pelo Vereador Raul Carrion, o Projeto de Lei do Legislativo nº 422/03 (Processo nº 5745/03); pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Pedido de Providências nº 2409/03 (Processo nº 6007/03); pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de Informações nº 196/03 (Processo nº 6018/03). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 571/03, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 10542206, 10542476, 10543435 e 10543471/03, do Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Salete Silva, Diretora Financeira da Cooperativa Habitacional dos Funcionários em Empresas de Transporte de Porto Alegre Limitada, que discorreu sobre as dificuldades enfrentadas por essa cooperativa, desde sua fundação até hoje, relatando invasões ocorridas em áreas adquiridas na Avenida Juca Batista, destinadas à construção de imóveis populares para os associados dessa entidade. Também, solicitou o apoio político deste Legislativo para a intermediação junto ao Executivo Municipal, no sentido de agilizar a liberação para a construção de moradias nesse loteamento. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Reginaldo Pujol, João Carlos Nedel, Isaac Ainhorn, Haroldo de Souza, Raul Carrion, Zé Valdir e Luiz Braz manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e sete minutos, constatada a existência de quórum. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 418, 419, 421, 426 e 417/03, este discutido pelo Vereador Zé Valdir, o Projeto de Resolução n° 095/03, discutido pelos Vereadores Maria Celeste e Raul Carrion; em 2ª Sessão, os Substitutivos nos 02 e 03 apostos ao Projeto de Lei do Legislativo n° 008/03, discutidos pelos Vereadores Zé Valdir, Darci Campani, Raul Carrion e Juarez Pinheiro, os Projetos de Lei do Legislativo nos 399 e 412/03, discutidos pelo Vereador Raul Carrion, 146, 413, 416 e 408/03, o Projeto de Resolução n° 096/03, o Projeto de Lei do Executivo no 046/03, os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos 009 e 010/03, o Substitutivo n° 01 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 003/01; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 389, 390, 392, 393, 397 e 398/03, discutidos pelo Vereador Raul Carrion, 402 e 357/03, este discutido pelo Vereador Darci Campani. Na ocasião, foi apregoada a Emenda n° 01, de autoria do Vereador Juarez Pinheiro, ao Substitutivo n° 02 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 008/03 (Processo nº 0455/03). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion referiu-se a aspectos negativos na abertura do comércio aos domingos e comentou o Projeto de Lei do Legislativo nº 090/01, desarquivado a pedido de Sua Excelência. Também, analisou a possibilidade de realização de reunião na Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, para discutir, com entidades representativas dos comerciários, a abertura do comércio aos domingos em Porto Alegre. O Vereador Carlos Alberto Garcia, reportou-se à questão das variações no preço da gasolina nos postos de combustíveis da Cidade, denunciando lucros abusivos obtidos por parte de comerciantes desse ramo. Nesse sentido, argumentou estar havendo suspeita de prática de cartel no comércio de combustíveis e informou que, devido a isso, entrou com representação junto ao Ministério Público Estadual, para a averiguação dessa situação. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 169/03, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Juarez Pinheiro. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 149/03. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Resolução n° 081/03, por vinte e três votos SIM, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Renato Guimarães, Valdir Caetano, Wilton Araújo e Zé Valdir. Em Renovação de Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 108/01, por quatorze votos SIM e dez votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Sebastião Melo, Elói Guimarães, Carlos Pestana, Luiz Braz e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Darci Campani, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir. Na oportunidade, face Questão de Ordem do Vereador Marcelo Danéris, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do número de votos necessários para aprovação do Projeto de Lei do Legislativo nº 108/01. Também, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Jayme Perin, do PPS do Município de Santa Rosa - RS, e do Senhor Aílton Albuquerque. Após, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Cassiá Carpes, solicitando que a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 019/01 (Processo nº 0738/01), fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. A seguir, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, solicitando ampliação do prazo para entrega de Emendas ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/03 (Processo nº 5344/03), tendo o Senhor Presidente, após manifestações dos Vereadores Carlos Alberto Garcia, Sebastião Melo e Aldacir Oliboni, informado que o prazo para apresentações de Emendas a esse Projeto encerraria no dia cinco de novembro do corrente, às dezoito horas. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 019/01, com ressalva das Emendas a ele apostas, por quatorze votos SIM e nove votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Cassiá Carpes e Juarez Pinheiro, em votação nominal solicitada pelo Vereador Cassiá Carpes, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Darci Campani, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Renato Guimarães e Zé Valdir. Foram aprovadas as Emendas nos 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 019/01. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n° 029/03, por vinte e dois votos SIM, três votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos Vereadores Sebastião Melo, Juarez Pinheiro e Luiz Braz e encaminhado à votação pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Wilton Araújo e Zé Valdir, Não os Vereadores Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn e Sebastião Melo e tendo optado pela Abstenção o Vereador Cassiá Carpes. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 029/03, o Vereador Dr. Goulart cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Sebastião Melo. Também, o Vereador Juarez Pinheiro manifestou-se acerca do pronunciamento efetuado por Sua Excelência, durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 029/03. Ainda, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Fernando Augusto Mello Guimarães, Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, e registrou a realização, na Casa, de Seminário sobre “Lei de Responsabilidade Fiscal, Controle Interno, Ações de Final de Mandato, Tomadas de Contas do Legislativo Municipal, Relatórios de Gestão Fiscal e o Ministério Público Especial e o Papel do Legislativo”, promovido pela Associação dos Servidores de Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul – ASCAM - RS, no período de vinte e nove a trinta de outubro do corrente. A seguir, foram apregoadas a Emenda n° 01, de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, Líder da Bancada do PDT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 169/03 (Processo n° 3214/03), e a Emenda n° 02, de autoria do Vereador Raul Carrion, ao Substitutivo n° 02 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo n° 008/03 (Processo n° 0455/03). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 059/03, com ressalva da Emenda a ele aposta, após ser encaminhado à votação pela Vereadora Clênia Maranhão. Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 059/03. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução n° 044/02. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Substitutivo n° 01 ao Projeto de Resolução n° 045/03, considerando-se prejudicado o Projeto original. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Resolução nos 057 e 062/03. Após, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando a retirada do Requerimento anteriormente aprovado, de adiamento da discussão do Projeto de Lei do Legislativo n° 169/03 (Processo n° 3214/03). Na ocasião, o Vereador Pedro Américo Leal manifestou-se acerca da votação do Requerimento verbal, de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, anteriormente aprovado. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando que a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 169/03 (Processo nº 3214/03), fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Na oportunidade, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 356/03, de autoria do Vereador Carlos Pestana, que concede o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao maestro Frederico Gerling Júnior, e acerca do quórum necessário para a realização dos trabalhos de Comissões deste Legislativo. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 169/03 e a Emenda nº 01 a ele aposta. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/03, após ser discutido pelos Vereadores Sebastião Melo e Reginaldo Pujol. Na ocasião, face Questões de Ordem e manifestações dos Vereadores Sebastião Melo, Pedro Américo Leal e Juarez Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem de apreciação da matéria constante da Ordem do Dia. Também, face Questão de Ordem do Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da votação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/03. Às dezessete horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e Elói Guimarães e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Sra. Salete Silva, representando a Cooperativa Habitacional dos Funcionários em Empresas de Transporte de Porto Alegre Ltda., está com a palavra para tratar de assunto relativo ao apoio político para aprovação de Projetos junto a órgãos municipais, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

A SRA. SALETE SILVA: Boa-tarde Srs. Vereadores, membros da Diretoria da Cooperativa e demais presentes. O meu nome é Salete Silva.

É com grande satisfação que venho a este plenário para pedir auxílio, apoio político devido a grandes problemas que a nossa Cooperativa vem enfrentando. Desde 1985, quando foi fundada, a nossa Cooperativa vem sofrendo grandes ameaças de invasões, uma delas ocorrida há pouco tempo e relatada por toda a rede de televisão local. A nossa Cooperativa se localiza na Av. Juca Batista, nº 3048, perto do Beco do Adelar. Muitos de vocês devem conhecê-la. Há pouco tempo sofreu uma invasão, com muita devastação da nossa área. A cada movimentação de terra a Prefeitura nos autua; somos penalizados pela Prefeitura.

Então, venho pedir o apoio para que a legislação vigente, referentemente ao Plano Diretor de nossa Cidade, sofra algumas modificações quanto à ocupação intensiva da nossa área.

Estamos com um Projeto na Prefeitura de levantamento urbanístico para a liberação do EVU. Foi feito um novo estudo e análise do Plano Diretor onde há mudanças quanto à habitação local. Nessa área, que tem muita vegetação, não vai poder haver, em grande parte, edificações. Quando foi comprada a nossa área, não existia essa legislação, e, agora, há. Nós estamos enfrentando sérios problemas, porque a devastação, quando houve a invasão, foi muito grande, e a nossa Cooperativa novamente vai ser multada.

Além disso, temos muitos problemas de administrações anteriores, quando sofremos desfalques por parte de diretores não-capacitados e que não tinham o intuito de nos oferecer uma moradia. Nós formamos uma Cooperativa no sentido de juntar dinheiro de pessoas humildes, pagando suas prestações para comprar uma área. Muito bem, a nossa área foi comprada e já foi invadida várias vezes.

Nós estamos com um projeto protocolado na Prefeitura. Há muito tempo está parado, até por enganos de outros profissionais que foram contratados erroneamente pela nossa Diretoria. Agora, estamos com um quadro de advogados e de engenheiros altamente capacitados para exercer a profissão e acredito muito que, agora, vá para frente o nosso projeto junto à Prefeitura. Mas, além de ser lento todo o processo, nós temos a dificuldade de liberação para a edificação nessa área.

Então, o que a gente vem pedir para vocês é o apoio - nós contamos muito com isso - de pessoas que foram eleitas por nós, que estão aqui, não de passagem, mas para mostrar o seu trabalho e valorizar o princípio fundamental da existência humana: o direito à moradia. Muitos dos nossos associados pagam aluguel e continuam a depositar o seu dinheirinho na Cooperativa com vontade de construir. Terrenos de duzentos metros quadrados, no máximo, não são para pessoas de grande poder aquisitivo.

Então, eu peço apoio para que os Vereadores presentes tenham, de alguma maneira, a consciência de uma cooperativa habitacional que vá ao encontro das necessidades básicas do ser humano: a habitação. E para não deixar novamente que a nossa área seja invadida por mais de 500 pessoas, que devastem a nossa área. Nós somos contra a devastação, e queremos a preservação, tanto é que há muitos anos a nossa área permanecia quase intacta, até há um mês, quando invasores devastaram a área. E esses invasores, por incrível que pareça, foram apoiados por alguns políticos. Sempre são apoiados por alguns políticos que, muitas vezes, desconhecem a real verdade, a verdade de uma Cooperativa instituída, de uma Cooperativa que existe para fins de habitação. Quero crer que foram realmente enganados, esses políticos que os apoiaram. E queremos que não mais aconteça isso na nossa área, para que ela possa ser liberada. São quase 800 associados na nossa Cooperativa. Na nossa área vamos poder construir, aproximadamente, uns 300 lotes. Estamos passando por um grande impasse. Onde vamos colocar as outras pessoas que não vão ter teto? Vamos invadir outra área? Fazer o que fizeram com a gente? Jamais! Nós queremos o direito de construir. (Palmas.)

Não diria: abaixo os invasores; não diria que nós somos contra quem não tem teto, porque nós também não temos. (Palmas.)

Acredito, Srs. Vereadores, que ninguém é a favor ou contra a invasão; acredito que é uma necessidade básica da sociedade, mas nós temos um direito muito grande, temos o direito de propriedade, pagamos, temos muito mais direito de que quem não pagou nada. Então, pediria o esforço de cada um de vocês para que prime pelo bem-estar da sociedade, e que aqui está trabalhando por isso.

Peço mais uma vez a colaboração de todos, e reitero aqui a nossa vontade, digamos assim, e a nossa esperança de que o Plano Diretor sofra alguns ajustes em prol da habitação, principalmente de quem pagou, de quem tem direito e de quem quer abrigar as suas famílias, e não de quem invade e devasta a área de associados de bem. Muito obrigada a todos; conto com a sua colaboração. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sra. Salete Silva, representante da Cooperativa Habitacional dos Funcionários de Empresas e Transportes de Porto Alegre, eu estava há pouco tempo dialogando com o Ver. Haroldo de Souza, e quero dizer à senhora que estamos numa posição no sentido de que esse esforço ordeiro que a comunidade faz de se organizar em cooperativas, longe de ser obstado, obstaculizado, ele tem de ser aceito, acolhido e, sobretudo, estimulado, para que possa cumprir os seus objetivos. Eu não conheço em detalhes quais as dificuldades que a Cooperativa vem encontrando nos segmentos da Prefeitura que analisam os Projetos na definição do Estudo de Viabilidade Urbanística, que permitiria o desdobramento do Projeto, mas seja qual for a situação, ainda que a senhora mesmo nos advirta de que existe uma quantidade de associados da Cooperativa bem maior do que a área disponível, eu quero me colocar à disposição de V. Sa., não só pessoalmente, mas como Vereador integrante do Partido da Frente Liberal, também na própria Comissão que nós integramos, que é a Comissão de Constituição e Justiça, se houver algum problema de ordem de interpretação legal ou de definição, nós estamos inteiramente à sua disposição. Eu penso que o mínimo que nós podemos fazer é solicitar cobertura para a sua Cooperativa, para que não ocorra isso que a senhora nos manifestou, que ocorreu há pouco tempo, como a invasão da área, pois não é uma área ociosa; é uma área que se pretende seja a solução de problemas de pessoas que acreditaram nas leis, que se organizaram em cooperativas e que agora querem ser entendidas em seu propósito.

Eu sei que a luta pela habitação e pela preservação do meio ambiente às vezes até podem-se conflitar, mas impõe-se, como medida até de justiça, que se priorize alguma coisa. Eu acho que nessas áreas - e são pessoas que não dispõem de outro terreno senão aquele que cooperativadamente adquiriram -, a própria lei que instituiu o Plano Diretor da Cidade – a senhora falou várias vezes da Lei do Plano Diretor – autoriza flexibilizações capazes de atender aos anseios da cooperativa que a senhora dirige e dos cooperativados que nela se integram.

Eu tenho pouco tempo, mas neste pouco tempo quero afirmar de forma peremptória: o PFL, o Ver. Reginaldo Pujol, estão à sua disposição, na hora e no momento em que for necessário, para dar esse apoio político que a senhora veio buscar aqui na Casa; disponha dele.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sra. Salete Silva, seja muito bem-vinda. Em nome da Bancada do Partido Progressista, dos Vereadores João Antonio Dib, Pedro Américo Leal, Beto Moesch e no meu quero dizer que a senhora veio trazer um assunto importante para esta Casa. Nós somos sabedores de vários outros casos de cooperativas que estão em situação semelhante à sua. Eu mesmo estive, recentemente, lá na COOTRAPOA, que também tem problemas sérios, semelhantes aos seus.

Dona Salete, o nosso Município tem um déficit de habitação de 85 mil moradias. Isso significa que mais de 200 mil famílias não moram ou que moram em subabitações. A senhora tem toda a razão em querer um aceleramento dos processos de regularização das áreas e das construções. Lamentavelmente, em Porto Alegre há uma burocracia excessiva na liberação dos projetos.

Conte com o apoio da Bancada Progressista, pois não aprovamos invasões, somos defensores do direito de propriedade, que é um fator fundamental para a dignidade da pessoa.

Sucesso no seu empreendimento! Muito obrigado por nos trazer esse assunto importante para a nossa Cidade. Parabéns.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, quero saudar V. Exa. e a nossa convidada, Sra. Salete Silva, que veio aqui nos trazer um problema que é da natureza da própria existência desta Instituição como organismo que tem a obrigação de buscar o conhecimento de situações como esta para buscar encaminhamentos e soluções.

Quero dizer que é reveladora, dessa situação por ela trazida, a necessidade daquilo que estamos fazendo na Casa, hoje, três anos após a vigência do Plano Diretor: a reavaliação do Plano Diretor. Também digo que apreciaríamos muito ter um memorial, um dossiê disso que a senhora formulou da tribuna, encaminhado à Comissão Especial de Avaliação do Plano Diretor. Lembro que a questão da reavaliação do Plano Diretor não se circunscreve apenas às áreas em que o metro quadrado é mais caro na Cidade - nas quais os interesses econômicos estão muito palpáveis -, nós temos uma responsabilidade, como mandatários, com o conjunto de toda a área da cidade de Porto Alegre.

Infelizmente quero-lhe dizer, apenas, que em relação à questão das invasões, eu aplaudi o primeiro lado - acho que não é possível se ficar dos dois lados -, porque não é por meio de invasões e de estímulos a ações dessa natureza que nós vamos resolver a questão da habitação popular na cidade de Porto Alegre; isso serve para políticos e interesses pessoais e não para os interesses da população da cidade de Porto Alegre.

Continuem agindo com respeito. Reconhecemos que a habitação é um direito, mas não pode esse “todos têm direito à habitação” ser apenas uma questão programática da Constituição Federal e da Lei Orgânica da cidade de Porto Alegre, tem de ser uma realidade efetiva.

Infelizmente assistimos a uma débâcle, a uma queda no desempenho da questão habitacional na cidade de Porto Alegre. Eu acho que as autoridades do Município deveriam estar lá, auxiliando essa sua Cooperativa a resolver os problemas da habitação, porque seria conseguir 300 habitações para uma comunidade popular de assalariados.

Portanto, fica a nossa solidariedade e a disposição desta Casa, seja como integrante do trabalhismo, seja como integrante de uma Comissão que avalia o Plano Diretor para colaborar com Vossa Senhoria.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, minha cara senhora Salete Silva, a senhora garante ter um projeto na Prefeitura e que o mesmo não anda - não é isso? E afirma que somos lentos. Realmente somos lentos! Tanto o Legislativo como o Executivo trabalham com uma lentidão assustadora; mas não é só aqui na Câmara e no Rio Grande do Sul; é no Brasil inteiro.

Uma coisa é certa: como é que pode haver uma invasão na Juca Batista e a Cooperativa Habitacional ser penalizada? Quer dizer, duas vezes de castigo - primeiro que invasão já é uma coisa asquerosa, um negócio nojento! O Governo é responsável, mas nós, aqui, também, somos responsáveis, sim!

O PMDB está com vocês. E eu estou pedindo, se existe esse projeto na Prefeitura, que o Prefeito nos envie “ontem”, se for possível até às 6 da tarde; com a tecnologia as coisas andam muito rápido. Mas uma coisa é certa: a senhora pode contar com o PMDB, com este Vereador e com o Ver. Sebastião Melo, porque entendemos que quem paga, é evidente que tem, sim, de ter mais direito do que aqueles que invadem. Pode contar com a gente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar a nossa saudação à senhora Salete, representante da Cooperativa Habitacional dos Funcionários e Empresas de Transporte de Porto Alegre, queríamos dizer que esse problema das ocupações decorre da enorme carência habitacional no nosso País. Acabamos de vir da Conferência Nacional, e os cálculos são de 6 milhões de habitações que faltam de forma absoluta e mais 15 milhões de forma indireta. Eu creio que nós temos de enfrentar esse problema, inclusive prevenindo a irregularidade habitacional. Nesse sentido, no final do ano passado, a Câmara Municipal de Porto Alegre - eu pediria a atenção do Presidente também -, nós aprovamos, aqui, a legislação do Urbanizador Social, de iniciativa do Executivo, que cria facilidades para a iniciativa privada fazer os seus loteamentos, que colocará no mercado, com melhores preços, a produção de lotes.

E neste ano está em andamento, já foi aprovado na CCJ, um Projeto do Executivo Municipal de fomento ao cooperativismo habitacional. Há cerca de dez anos tramita aqui; nós tomamos esse Projeto e o retiramos de onde se encontrava: dos arquivos. E agora o Executivo fez esse Projeto. Creio que até o final do ano - é essa a nossa intenção - nós o aprovaremos. Então haverá o fomento ao cooperativismo, a possibilidade de repasse de verbas para uma série de obras que podem ser conquistadas no Orçamento Participativo e Assessoria Técnica e Jurídica. Acredito que está no espírito do que Vossa Senhoria nos traz aqui, e creio que esta Casa dará uma resposta adequada. Além disso, com relação ao problema de agilização dos projetos de cooperativas lá, se pudermos contribuir também, estamos na CUTHAB - Comissão que presido - à sua disposição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Nós queremos saudar a representante da Cooperativa Habitacional dos Funcionários em Empresas de Transportes de Porto Alegre e dizer que no caso trazido a esta Câmara há um conflito entre dois movimentos, dois interesses igualmente populares: o da Cooperativa - como disse a representante - que representa também interesses dos setores populares que buscam resolver o problema da habitação, e o interesse também das pessoas que eu não chamo de invasores, não tenho esse preconceito.

Eu acho que, muitas vezes, nesta Cidade, o problema histórico da moradia se resolveu por meio de ocupações. Muita gente, em Porto Alegre, resolveu o seu problema de moradia com as ocupações, ocupações inclusive que hoje estão consolidadas na Cidade. Temos de reconhecer isso: se não fossem as ocupações, grande parte da zona Norte hoje não teria habitação.

Então, não adianta nós queremos tapar o sol com a peneira. O movimento de ocupação, historicamente, se constitui numa forma de aquisição de resolução do problema do direito de morar na Cidade. E reconhecemos que essa questão da habitação é um problema não só em Porto Alegre, mas em todo o Estado, onde se acabou com a COHAB; o Governo do Estado teve uma política de simplesmente abandonar a política habitacional - que já não era uma maravilha – existente, e assim por diante. Portanto, a ocupação é a forma pela qual as populações, que não têm como resolver o seu problema de moradia, tentam resolvê-lo.

Quanto ao problema de falta de agilização dos trâmites da Cooperativa, é um problema que já tem chegado a esta Casa. Inclusive, na época, eu era Presidente da CUTHAB e já nos debruçávamos sobre essa questão. Por vezes há, sim, um problema de exagero de morosidade; mas, às vezes, isso decorre do cuidado que o Poder Público tem de ter, inclusive, com as cooperativas. Nós sabemos que algumas cooperativas agem corretamente e outras – que não é o caso da sua –, não. Há cooperativas e cooperativas. Então, há que se ter alguns cuidados, inclusive, para observar as leis que existem na Cidade, inclusive as leis relativas à questão ambiental.

Também quero somar-me ao que disse o Presidente da CUTHAB, Comissão da qual também sou membro, e, juntamente com a nossa Bancada, colocarmo-nos à disposição para intermediar essa situação criada.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Sra. Salete, eu acredito que quando a invasão é feita em área de especuladores, em áreas ociosas, em áreas que apenas estão ali para que o seu proprietário ganhe dinheiro, posso até julgar essa invasão eficiente, politicamente correta, porque, afinal de contas, vai-se fazer ali uma discussão do problema habitacional.

Agora, quando nós vemos que esses grupos são arrumados, são armados de forma política, às vezes liderados por políticos, invadindo áreas que pertencem a outros trabalhadores, onde há pessoas que também estão sofrendo para arrumar um local para habitar, eu acho que isso, realmente, não vai fazer com que nós possamos avançar na questão habitacional, nem aqui, nem em nenhum lugar. E eu vejo que a senhora está representando uma cooperativa de trabalhadores, de pessoas que também estão-se esforçando para ter um teto, um lugar onde ficar. Então, eu acho que é criminosa qualquer tipo de invasão que esteja colocando em perigo pessoas que, de repente, querem apenas arrumar um lugar para morar. Não é uma invasão, na verdade, em que se esteja querendo discutir o problema da terra, o problema da ocupação da terra ou do parcelamento da terra. Não. Parece uma questão de aproveitadores. E isso, realmente, eu vou condenar sempre.

Então, quero dizer que, também nós, do PSDB, eu e o Ver. Cláudio Sebenelo, estaremos à disposição para que possamos estar lado a lado, quem sabe, para fazer justiça nessa questão da terra e para, quem sabe, na votação do Plano Diretor, que está aí, possamos fazer com que haja um fortalecimento das cooperativas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Agradecemos a presença da Sra. Salete Silva, Diretora-Financeira da Cooperativa Habitacional dos Funcionários em Empresas de Transporte de Porto Alegre Ltda. Ao mesmo tempo queremos formular votos para que o seu objetivo seja alcançado; nós não entendemos porque a Secretaria Municipal de Obras e Viação não consegue dar, com celeridade, solução para projetos que lhe são apresentados, uma vez que nós estamos em plena era da informatização, pois quando a tramitação era manual, os processos se resolviam com muito mais rapidez. A solicitação da Cooperativa é a solicitação da Cidade, porque representa emprego e muito mais moradias. Sucesso no seu caminho. Saúde e Paz!

Estão suspensos os trabalhos para que possamos apresentar as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h45min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib - 14h47min): Estão reabertos os trabalhos.

 

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. 5452/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 095/03, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que altera a Resolução n.º 1.299, de 13 de novembro de 1995, e alterações posteriores, que institui a Semana da Consciência Negra e de Ação Anti-Racismo na Câmara Municipal de Porto Alegre e cria o troféu Deputado Carlos Santos.

 

PROC. 5591/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 417/03, de autoria do Ver. Zé Valdir, que denomina Rua da Infância um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.

 

PROC. 5597/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 418/03, de autoria do Ver. Zé Valdir, que denomina Luiz Carlos Barbosa Lessa o Centro de Eventos localizado no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho.

 

PROC. 5657/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 419/03, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Alda de Oliveira Ribas um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. 5725/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 421/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Recanto da Floresta um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Floresta.

 

PROC. 5842/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 426/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Leopoldina Vasconcelos Machado um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. 0455/03 - SUBSTITUTIVO N.º 02, que dispõe sobre o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais aos domingos e feriados, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, e SUBSTITUTIVO N.º 03, que proíbe o funcionamento do comércio aos domingos e feriados, de autoria do Ver. Raul Carrion, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 008/03, de autoria dos Vereadores Juarez Pinheiro e Estilac Xavier.

 

PROC. 5508/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 413/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Luiz Siegmann um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Jardim Lindóia.

 

PROC. 5517/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 096/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Grupo Sambastral.

 

PROC. 5560/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 416/03,  de autoria do Ver. Ervino Besson, que institui o Dia do Terapeuta Holístico no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 5691/03 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 046/03, que autoriza a abertura de crédito especial no Executivo Municipal no valor de R$ 1.330.296,24 e dá outras providências. Com Mensagem Retificativa n.º 01.

 

PROC. 2922/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 146/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que declara de utilidade pública a Associação Beneficente Bandejão Popular Gaúcho.

 

PROC. 5247/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 399/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua dos Flamboaiãs um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Ponta Grossa.

 

PROC. 5348/03 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 009/03, que altera a Lei Complementar n.º 7, de 7 de dezembro de 1973, a Lei Complementar n.º 306, de 23 de dezembro de 1993 e a Lei Complementar n.º 197, de 21 de março de 1989, e dá outras providências. (ISSQN)

 

PROC. 5440/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 408/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que faculta ao contribuinte que teve prejuízo causado por enchentes a compensação do pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano, da Taxa de Conservação e Limpeza ou do Imposto Sobre Serviço e dá outras providências.

 

PROC. 5505/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 412/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Cilon Cunha Brum um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 3277/01 – SUBSTITUTIVO N.º 01, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que fixa diretrizes para o traçado do prolongamento da Rua Anita Garibaldi e ajusta os limites do corredor de centralidade instituído pela Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de 1999, e alterações posteriores, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 003/01.  

 

PROC. 5347/03 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 010/03, que fixa alíquotas de contribuição previdenciária para fins de custeio do Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências. Com Mensagem Retificativa n.º 01.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. 4686/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 357/03, de autoria do Ver. Darci Campani, que declara feriados municipais o Domingo de Páscoa, o segundo domingo do mês de maio - Dia das Mães - e o segundo domingo do mês de agosto - Dia dos Pais -.

 

PROC. 5237/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 389/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua das Nogueiras um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Ponta Grossa.

 

PROC. 5238/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 390/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua das Magnólias um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Ponta Grossa.

 

PROC. 5240/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 392/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua dos Ipês um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Ponta Grossa.

 

PROC. 5241/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 393/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua dos Gerânios um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Ponta Grossa.

 

PROC. 5245/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 397/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua das Azaléias um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Ponta Grossa.

 

PROC. 5246/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 398/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua dos Ciprestes um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Ponta Grossa.

 

PROC. 5365/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 402/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que cria no Município de Porto Alegre o Programa SOS Idosos Desaparecidos.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

Apregoamos a Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 02 aposta ao PLL nº 008/03, que dispõe sobre o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais aos domingos. A Emenda, com longa Exposição de Motivos, é de autoria do Ver. Juarez Pinheiro e inclui, no Substitutivo nº 02, o art. 3º, que diz: “Fica estabelecido o horário das 15h às 21 horas para o funcionamento, aos domingos, das empresas de grande porte, cujo objeto principal seja a comercialização de gêneros alimentícios e que recebam enquadramento nas disposições da Lei nº 605/49 e Decreto Federal nº 27.048/49”.

A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Senhor Presidente, Ver. João Antonio Dib; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, o Projeto que me traz à discussão está entrando em 1ª Sessão de Pauta hoje, é o Projeto de Resolução nº 095/03, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que altera a Resolução nº 1.299, de 13 de novembro de 1995, e alterações posteriores, que institui a Semana da Consciência Negra e de Ação Anti-Racismo na Câmara Municipal de Porto Alegre e que cria o troféu Deputado Carlos Santos.

Eu tenho acompanhado, junto à comissão constituída neste ano, os vários debates sobre a importância da Semana da Consciência Negra em nossa Câmara Municipal. Na realidade, eu estou um pouco surpresa, mas gostaria – lamentavelmente, o Ver. Wilton Araújo ainda não está aqui conosco -, de debater um pouco melhor essa proposta de Projeto, uma vez que são propostas duas alterações. Uma, que diz respeito ao prazo constituído para essa comissão ser instalada, ser publicada no Diário Oficial e em outros meios de comunicação, e a liberação de projetos, de recursos para as entidades que trabalham nessa área, para que possam estar desenvolvendo os trabalhos nessa Semana - com o que estou de pleno acordo.

Na Resolução anterior, diz que a comissão organizadora terá de ser constituída no prazo mínimo de 60 dias antes da data de 20 de novembro, que é a data congregada na Semana da Consciência Negra na Câmara. O Projeto propõe que seja alterado para 120 dias antes do início, dando oportunidade, quem sabe, Ver. Ervino Besson, para que outras instituições possam estar participando do processo, possam estar integrando essa comissão constituída na Casa e possam estar fomentando os debates na nossa Câmara Municipal e para além dela, para a cidade de Porto Alegre, sobre a importância da consciência negra na nossa Cidade.

A outra questão que está sendo proposta é a criação do troféu Deputado Carlos Santos, que, de certa forma, já é feito informalmente pelas entidades que congregam a Comissão aqui da Casa. O problema é que, olhando com um pouco mais de cautela, eu verifico que nós já temos, na Resolução nº 1.413, um Projeto que institui o Prêmio Quilombo dos Palmares e dá outras providências. Fico a me perguntar se nós não estamos criando apenas mais um Prêmio, mais um Projeto de entrega de Prêmios, uma vez que nós já o temos instituído, e esse Prêmio é entregue na Semana da Consciência Negra aqui na Casa, provavelmente em Sessão Solene. Nós também aprovamos um Projeto, no semestre passado, criando a Semana da Consciência Negra, e o Prêmio Quilombo dos Palmares, que diz na sua Resolução, aprovada por esta Casa em junho de 1999. (Lê.): “Fica instituído o Prêmio Quilombo dos Palmares, que será concebido anualmente, entregue no mês de novembro nas seguintes modalidades: atuação na área artístico-cultural, atuação na área afro-religiosa, atuação política e social”. E o Ver. Wilton Araújo só coloca a legalização, propõe o art. 3º, que sugere nada menos do que a legalização do troféu Deputado Carlos Santos, já entregue desde o ano 2000, por proposição dos membros da Comissão de Organização.

Nós teríamos de ver se nós não estamos cometendo um equívoco, criando mais um Prêmio, uma vez que esta Casa já aprovou em Projeto, que já tem instituída toda a modalidade, que é o Prêmio Quilombo dos Palmares. Eu gostaria, inclusive, depois, de dialogar com o Ver. Wilton Araújo, para os esclarecimentos necessários. Acho que, mesmo tendo todo o mérito dessa proposição, nós já temos instituído na Casa um Prêmio que referencia e faz as homenagens necessárias, importantes para a reflexão e discussão sobre a Semana da Consciência Negra aqui na Câmara Municipal. Muito obrigada, Sr. Presidente.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, não costumo apresentar proposição dando nomes de ruas, raramente faço isso, e quando faço é porque o nome proposto foi discutido, geralmente junto à associação de moradores do local. Esse é o caso da Rua da Infância, nome que estou propondo para a principal rua da Vila Dutra Jardim, porque a Associação de Moradores reuniu-se com a população e resolveu dar esse nome para aquela rua, por várias razões, mas, duas delas são as principais. Uma delas é que a Associação resolveu ser protagonista nos nomes de ruas. Não quer mais que aconteçam aquelas situações clássicas que acontecem na nossa Cidade, de a população dormir com um nome de rua e acordar com outro nome completamente diferente, da noite para o dia, e ela não sabe nem de onde surgiu.

Então, procuraram-me com um abaixo-assinado, com toda uma discussão feita, e justificando que esse nome Infância é porque aquela rua está relacionada com a criança e o adolescente. Porque é nessa rua que se realiza, tradicionalmente, o “Brincando na Rua”; é a rua onde há um terreno destinado para uma futura creche; e também, porque, no momento, nós estamos vivendo sob a implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente, um momento muito rico em debates e de resgate da questão da cidadania da infância. Por isso, este nome Infância é um nome que foi amplamente debatido junto com a comunidade.

Nós temos um outro Projeto de Lei, na Câmara, na verdade, dois Substitutivos ao Projeto do Ver. Juarez Pinheiro, que trata da questão da abertura do comércio aos domingos. Eu acho muito importante que esse debate volte à Câmara, para que possamos esclarecer à população o verdadeiro engodo que, durante mais de um ano, a população desta Cidade viveu, por intermédio dos meios de comunicação. Se disse, se falou que, com a abertura do comércio aos domingos, seria possível operar um verdadeiro milagre na Cidade. Se disse que os trabalhadores, em geral, teriam mais empregos, porque seriam criados novos postos de trabalho; os comerciários iriam ganhar mais, porque iriam ter gratificações, mais ganhos na sua atividade; o comércio venderia mais e o turismo seria incrementado. Hoje, mais de um ano depois da abertura do comércio aos domingos, nós vemos que nada disso aconteceu: não houve criação de novos postos de trabalho; o desemprego no setor é dos maiores; os comerciários não tiveram nenhum ganho a mais, porque os empresários do setor se recusam a pagar gratificações. Não houve aumento das vendas, porque ninguém faz milagre. O que falta para as pessoas comprarem não é tempo; é dinheiro. Não importa comprar no domingo ou comprar no sábado ou comprar em dia de semana, o dinheiro é curto igual.

E os turistas não vão se meter num fim de semana em shopping center. Hoje, shopping tem em todo lugar. Os turistas querem é o comércio típico, como o Brique da Redenção, como ir lá na Ilha da Pintada para comer um peixe na taquara, essas coisas típicas.

Então, essa também foi uma falácia. A única coisa que a abertura do comércio fez, de um lado, foi propiciar uma quebradeira dos pequenos e médios comerciantes, o que aumentou foi o número de desemprego no setor e fez com que lá na periferia, na vila, as pessoas não possam mais comprar aos domingos. Porque, agora, aquele que não tem automóvel, aquele que não tem cartão magnético tem de se deslocar, se quiser, aos grandes estabelecimentos para comprar, porque o pequeno comércio da vila foi quebrado pela concorrência desleal dos grandes empreendedores, dos grandes shoppings, dos grandes supermercados. Esse foi o único efeito que aconteceu. E quanto aos comerciários, a única coisa que aconteceu foi o aumento da jornada de trabalho. Agora, ele não pode mais ficar com a família e tem de se submeter a trabalhar longas jornadas aos domingos. Esse é o efeito, o efeito, da abertura do comércio aos domingos.

Aqui, muitos Vereadores vieram se gabar, porque o Tribunal tinha decidido, unanimemente, que o Município não poderia mais legislar sobre os horários, sobre os dias de trabalho. Mas, agora, com a aprovação, na Assembléia, da PEC nº 125, que ocasionou a Emenda à Constituição Estadual nº 35, esse argumento também acabou.

E eu não vejo mais nenhum dos arautos da abertura do comércio aos domingos vir aqui fazer aquele seu proselitismo de praxe. Não vejo mais ninguém falar sobre isso. Porque, agora, a realidade, o argumento da realidade não existe mais e nem o argumento legal. O que falta agora é esta Casa fazer uma autocrítica do erro que cometeu, empoderando os grandes comerciantes, ajudando a matar os pequenos comerciantes e a diminuir o emprego nesta Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Darci Campani está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente e demais Vereadores, vamos abordar o Projeto de Lei que o Ver. Zé Valdir nos estava trazendo, sobre a abertura do comércio aos domingos. Particularmente, eu até poderia dizer que essa discussão não seria tão pesada. Se os empregadores tivessem uma melhor capacidade de gerenciamento, tivessem uma visão mais humanista do que é ser patrão, do que é ser dono de um empreendimento, até poderíamos pensar que, eventualmente, abrir o comércio aos domingos poderia ser algo bom para a Cidade. Mas o que a gente tem visto, constantemente, no comércio é a exploração de um trabalho quase escravo. Amigos meus já tiveram de trabalhar no domingo sem poder bater o cartão-ponto. Já denunciamos isso para a DRT, mas, infelizmente, como são fatos passados, não conseguimos comprovar, e a DRT não pode fazer a autuação do supermercado que fazia isso. Imaginem um trabalhador sair da sua casa no domingo, às cinco, seis horas da manhã para poder chegar ao estabelecimento onde trabalha e ser proibido de bater o cartão-ponto, mas ter de passar o dia inteiro trabalhando.

Isso demonstra exatamente a cabeça de alguns. Não se pode generalizar, mas, para alguns empregadores na cidade de Porto Alegre é necessário impor que, se eles não sabem se relacionar com os seus funcionários, não sabem que não se trabalha aos domingos porque... E não é por uma questão religiosa; não vamos ter uma visão religiosa de que domingo, é o dia de descanso, porque vamos ter de discutir entre os católicos e judeus, já que para os judeus seria no sábado, para os católicos seria no domingo. Não vamos entrar nessa discussão; vamos discutir o direito ao lazer, de estar com os familiares, com os amigos, quando todo o mundo está.

A minha categoria, a dos professores universitários, que passaram oito anos sem reajuste durante o Governo Fernando Henrique Cardoso, teve de fazer várias greves; por isso, não tivemos nossas férias – felizmente este é o último ano – e nós não pudemos estar com os nossos parentes. Então, a gente sente “na carne” o que significa não poder estar juntos nas férias, no domingo, naqueles dias em que todo o mundo está em casa, descansando, no caso dos comerciários, quando o seu patrão resolve que ele tem de trabalhar no domingo. Ele é obrigado a ir, porque, senão, perde o emprego.

O Ver. Ervino Besson é o único que conhece a realidade da nossa Cidade, o quanto o desemprego é uma coisa que assusta todo o porto-alegrense, e eu não vou deixar o meu emprego correr risco. Se sou chamado para trabalhar domingo, eu trabalho no domingo, segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado, não tenho descanso, mesmo que eu não possa bater o cartão para que não fique configurado o trabalho aos domingos. Então, o não-trabalho aos domingos é uma questão de princípio político, de direito das pessoas ao lazer com a sua família.

 

O Sr. Ervino Besson: Vossa Excelência permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero agradecer a V. Exa. pelo aparte e dizer que acho que, pelo menos, graças a Deus, a Casa vai resolver esse problema este ano, pois é um Projeto polêmico, e o que estamos vendo nas reuniões é que há, pelo menos, um caminho para a Casa resolver esse problema. E eu tenho a certeza de que, até o fim do ano, esse Projeto polêmico vai ser resolvido.

E quero destacar também o trabalho do Ver. Juarez Pinheiro, reconhecido, e dizer que muitos Vereadores não tiveram a fineza de entender a idéia do Vereador, que está dando uma grande contribuição para resolver o problema de abertura ou não do comércio aos domingos, pois eu acho que a Cidade, como um todo, vai ganhar com isso. Muito obrigado.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Parabéns pelo aparte de V. Exa., porque tocou num ponto importantíssimo. O nosso Ver. Juarez Pinheiro, juntamente com o ex-Vereador e atual Deputado Estilac Xavier, nesta Casa, foram muito agredidos no movimento promovido pelo Sindicato, com uma visão completamente distorcida do objeto do Projeto de Lei do Ver. Juarez Pinheiro.

Está tramitando em 3.ª Sessão de Pauta um projeto nosso, que fixa o domingo de Páscoa, o domingo do Dia das Mães e do Dia dos Pais como feriados, o que também se encaixa exatamente nesta discussão. Pasmem todos, um dia desses, eu estava conversando com o nosso Presidente para ver se Páscoa era ou não feriado, e não é feriado, ou seja, se os patrões quiserem, eles podem, até a votação deste Projeto de Lei, fazer os trabalhadores trabalharem no domingo de Páscoa - e alguns já o estão fazendo -, o que é muito lastimável.

Concluindo, Sr. Presidente, eu acho que o desafio que o Ver. Zé Valdir nos trouxe aqui é realmente bastante importante: trazer aqui os números de estabelecimentos de pequeno porte fechados pelo comércio aberto ao domingo, que fecha padarias, e fecha o pequeno comércio.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Conclua seu pensamento, nobre Vereador.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Eu acho que é um debate muito bom, e espero que a Casa realmente resolva isso este ano. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Excelentíssimo Ver. João Antonio Dib, Presidente desta Casa, demais Vereadores e Vereadoras e todos que nos assistem no dia de hoje, aqui, e também nas suas casas pela TVCâmara, em primeiro lugar, eu queria fazer uma rápida referência a alguns Projetos de minha autoria, cuja maior parte está na 3ª Sessão de Pauta, que tratam da denominação de diversas ruas do Túnel Verde.

Estamos há cerca de três anos buscando a regularização do Túnel Verde, que está enfrentando problemas por questão de quota e de risco de enchente, e a população, por meio de abaixo-assinado, nos indicou sete ruas, por decisão da comunidade, com seus nomes: Rua das Nogueiras, das Magnólias, dos Ipês, dos Gerânios, das Azaléias, dos Ciprestes e dos Flamboaiãs. Nós não tínhamos conseguido, junto à SPM, a liberação dos croquis, sob a alegação de que eram áreas irregulares, mas depois de uma forte argumentação, houve a concordância, e essa comunidade passará a ter CEP, passará a ter endereço para receber a sua correspondência, para poder fazer as suas compras a prestação, e assim por diante.

Temos também a Rua Cilon Cunha Brum, na Vila Farrapos, e, sem nos demorarmos na apresentação do motivador, vamos dizer que Cilon Cunha Brum, gaúcho de São Sepé, foi morto na Guerrilha do Araguaia, para aonde se deslocou, quando jovem, estudante de Economia, no início da década de 70, para enfrentar o Regime Militar, e lá deu a sua vida em defesa da nossa democracia, em defesa da soberania nacional e em defesa dos direitos dos trabalhadores. Fica, então, por meio da denominação dessa rua, na Vila Farrapos, a homenagem a um desses tantos lutadores, que, nos tempos duros dos “anos de chumbo”, dedicou sua juventude para que o povo brasileiro vivesse, como vive hoje, dias de democracia, dias de eleição e dias de mudança no nosso Brasil, com a eleição do nosso Presidente Lula.

Eu queria também fazer uma referência ao Projeto do Ver. Wilton Araújo, que faz modificações na Resolução nº 1.299, de 1995, que instituiu a Semana da Consciência Negra. O Ver. Wilton, por um lado, aumenta o prazo da constituição da Comissão organizadora da Semana da Consciência Negra, de 60 para 120 dias, o que nos parece bom, adequado, porque sabemos que esses eventos culminam no dia 20 de novembro - que agora será feriado por decisão desta Casa –, e isso deve ser feito com a máxima antecedência para melhor resultado.

Mas o Ver. Wilton Araújo também acrescenta a criação do troféu Deputado Carlos Santos. Nós queremos dizer que esta Casa já tem os troféus Quilombo dos Palmares em três modalidades, e o troféu Deputado Carlos Santos é criado pela Comissão organizadora, e, pelo menos numa primeira vista, queremos opinar, nos parece que seria bom deixar a autonomia para as entidades manterem os prêmios que elas criaram. Eu acho que não cabe a esta Casa trazer para si o que é uma criação da comunidade. Então, é uma questão para discutir.

Por fim, nesse Projeto do Ver. Wilton Araújo, nós vamos, possivelmente, fazer uma emenda para democratizar o processo da Semana. Nós temos tido muitas demandas e reclamações das comunidades, porque elas não se sentem contempladas na comissão organizadora; são editais no jornal da Cidade, no Diário Oficial da Prefeitura, porque como nós garantimos uma maior participação das comunidades.

O tempo se escoa, mas eu queria, agora, centrar a questão na discussão do Processo nº 455/03, PLL nº 008/03, do Ver. Juarez Pinheiro, com dois Substitutivos: o Substitutivo nº 02, do Ver. Nereu D'Avila, e o Substitutivo nº 03, deste Vereador. Como termina o tempo, eu vou usar a minha Liderança para poder tratar especificamente desse tema tão importante.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa concordância com o Ver. Zé Valdir e com o Ver. Darci Campani, que torna-se necessária, depois da aprovação da PEC nº125, que agora já é uma Emenda Constitucional. A PEC da nossa combatível Deputada Jussara Cony, do PCdoB, que restabeleceu o quadro legal ao dizer que cabe ao Município deliberar não só sobre o horário, como também sobre os dias de abertura do comércio. O que temos visto nesses últimos 12 meses? A abertura indiscriminada do comércio. A família comerciária verdadeiramente escravizada, o pequeno, o médio comércio e o minicomércio, sendo liquidados, quebrando, e as vendas caindo ao invés de aumentarem, mesmo abrindo aos domingos, porque só quem não tem conhecimento de Economia vai achar que vende mais, porque abre mais dias; porém, a quantidade das vendas não depende do número de dias em que abre o comércio, mas do dinheiro do bolso do povo, que é menor. Então, é preciso uma nova legislação municipal. Nesse momento, existe o Projeto do Ver. Juarez Pinheiro, que procurava enfrentar o problema no quadro anterior; existe um Projeto que eu desarquivei, de 2001, que restabelece a antiga Lei que geria a situação em Porto Alegre; existe um novo Projeto do Ver. Nereu D’Avila, colocado há poucos dias, e existem dois Substitutivos em cima do Projeto do Ver. Juarez Pinheiro. Fizemos uma importante reunião hoje pela manhã, com a presença do Ver. Juarez, com a minha presença, do Ver. Nereu D’Avila, mais o Ver. Ervino Besson, o Ver. Cassiá Carpes, com a presença da Federação dos Comerciários, do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre, da Associação dos Minimercados, da ANA – Associação Nova Azenha, que é dos empresários ali da Azenha, do comércio –, em suma, todos os setores estavam representados. E depois de uma muito boa discussão, profícua discussão, todos os Vereadores que têm Projeto chegaram ao entendimento. O que será o entendimento? Primeiro: nós vamos utilizar o Projeto do Ver. Juarez Pinheiro para agilizar a votação, porque é uma nova realidade; o próprio Ver. Juarez concorda que o conteúdo do seu Projeto, neste momento, perdeu o sentido, mas ele não irá retirar, para que nós possamos, rapidamente, fazer a votação. Existem dois Substitutivos: trabalharemos no Projeto do Ver. Juarez Pinheiro, com o Substitutivo do Ver. Nereu D’Avila.

Portanto, eu e o Ver. Nereu D’Avila, Ver. Luiz Braz, retiraremos os nossos Projetos, e eu retirarei o meu Substitutivo, para permitir que, com o Projeto do Ver. Juarez Pinheiro, o Substitutivo do Ver. Nereu e Emendas que acordamos, uma delas eu farei; a outra o Ver. Juarez Pinheiro elaborou, - eu estou discutindo com ele uma modificação na sua Emenda, senão, farei uma outra emenda -, possamos construir um Projeto que terá a seguinte característica: primeiro, proíbe a abertura indiscriminada; segundo: permite seis domingos: véspera de Natal, véspera de Páscoa, véspera de Dia das Mães, véspera de Dia dos Pais, véspera de Dia da Criança e véspera de Dia dos Namorados. Muito bem. Afora isso, nós limitaremos o horário dos grandes estabelecimentos comerciais – supermercados, hipermercados – nos domingos que abrirem, para depois das 15 horas, como forma de proteção aos pequenos comércios e o mínimo de direito para os comerciários de, ao menos nos domingos, pela manhã, estarem com suas famílias no almoço ou nas suas práticas religiosas.

Creio ser uma boa saída que estamos construindo – Ver. Luiz Braz, Ver. Marcelo Danéris, demais Vereadores –, e propusemos que, nesta sexta-feira, realizemos uma reunião, às 11 horas, para todos os Vereadores, pois é uma construção coletiva, todos os Vereadores que defendem o pequeno comércio, que defendem os comerciários, para vermos esse acordo que fizemos, com a contribuição de todos, e fecharmos um bloco.

A nossa idéia é fazer a reunião na CEDECONDH, de cuja Comissão o Ver. Cassiá Carpes é o Presidente e que tem procurado fazer esse diálogo da Casa também com todas as partes interessadas. Com o entendimento entre os Vereadores que tinham projetos, o entendimento com as entidades, e uma concertação com os demais Vereadores da Casa, na sexta-feira, poderemos encaminhar, talvez, o pedido do artigo 81, que nos propiciará a votação já na semana que vem ou nos próximos dias. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, voltamos a esta tribuna, mais uma vez, para debater um assunto que nos últimos meses já referimos umas dez vezes, relativo à questão do preço da gasolina no Município de Porto Alegre.

Já fizemos, aqui, inúmeras denúncias e expressamos a nossa preocupação, quando foi autorizado o reajuste em virtude da adição do álcool anídrico, dizendo que o aumento efetuado em Porto Alegre era abusivo, porque os postos de combustíveis sempre ganharam de 21 a 23 centavos por litro, e, em um aumento surpreendente, domingo, dia 31 de agosto, todos os postos de Porto Alegre reajustaram - o preço anterior era R$ 1,97 e R$ 1,99 -, para R$ 2,13 a R$ 2,15. Com esse aumento, os seus lucros passaram de 21 centavos para 31, 32 centavos de real, ou seja, 10 centavos a mais por litro.

Os senhores poderão dizer: “Mas só 10 centavos a mais por litro?” Ora, 10 centavos a mais por litro, para quem ganhava 21 centavos e passa a ganhar 31, 32 centavos, dá 50% a mais na margem de seus lucros. Além disso, um posto de combustível, que vende em média 400 mil litros, dá uma receita - a mais, do lucro que já obtinha -, de 40 mil reais por mês.

Nós fizemos um embate público, os postos diminuíram o valor do combustível, e nós colocamos, na oportunidade, que o preço da gasolina, em Porto Alegre, deveria estar entre R$ 2,02 até R$ 2,05. Baixaram os preços, nós viemos a esta tribuna, elogiamos os donos de postos de combustíveis, e, para nossa surpresa, no dia 1º de outubro, houve uma nova majoração dos preços. Inclusive a própria imprensa disse: “O Ver. Carlos Alberto Garcia ocupou a tribuna para elogiar, mas não dá para elogiar, porque, logo em seguida, aumentaram os preços”.

O que nós fizemos? Diante daquele aumento no dia 1º de outubro, entre uma margem de R$ 2,14 até R$ 2,17, entendemos isso como um cartel, porque todos os postos reajustaram no mesmo dia, nós entramos com uma representação no Ministério Público, os preços começaram a baixar e hoje está naquele patamar que entendemos que é justo, entre R$ 2,02 e R$ 2,05; alguns postos cobrando R$ 2,00 outros R$ 2,06.

O que nós estamos fazendo, hoje, nesta tribuna? Nós queremos que a população fique atenta, porque a prática dos donos dos postos de combustíveis, nesses últimos dois meses, é, quando inicia um novo mês, aumentar o preço da gasolina em Porto Alegre.

Ora, nós sabemos que é na virada do mês que normalmente o trabalhador recebe seus honorários, e, aí, é essa a formula que os postos de combustíveis estão fazendo, ou seja, no momento em que as pessoas recebem, aumentam o preço dos combustíveis.

Então, nós queremos denunciar isso antes que ocorra, porque já ocorreu em dois meses, esperamos que isso não aconteça agora, no início de novembro, porque, volto a dizer, não há nenhum fato novo, não está havendo inflação. Na realidade, o que está havendo é uma usurpação dos donos de postos de combustíveis em cima dos usuários, e são mais de 600 mil veículos em Porto Alegre.

Nós devemos é ficar atentos e fazer mais uma vez essa denúncia, para que a população controle, que o Ministério Público fiscalize os postos de combustíveis, porque nós vamos estar atentos. Caso venha a ocorrer novamente um reajuste no início de novembro, mais uma vez nós vamos fazer uma denúncia, vamos pedir que o Ministério Público agilize a nossa representação, porque nós não podemos suportar mais isso, pois, a cada mês que passa, a população de Porto Alegre está sendo enganada pelos donos de postos de combustíveis, que, de maneira indevida, estão fazendo esses aumentos abusivos. Queremos ressaltar que o preço que está sendo cobrado em Porto Alegre nesses últimos dias é um preço justo, mas não foi o que ocorreu no dia 31 de agosto, nem o que ocorreu dia 1º de outubro, e nós esperamos que não vá ocorrer novamente no início de novembro. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, João Antonio Dib, Ver. Pedro Américo Leal, que o assessora na Mesa, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores e senhoras, eu quero, discutindo um Projeto que está na 2ª Sessão de Pauta, Substitutivo, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, à nossa proposta, que trata do funcionamento do comércio aos domingos, repercutir aqui um pouco das coisas que o Ver. Raul Carrion expressou nas suas duas intervenções. Esta proposta, que está em 2ª Sessão de Pauta, foi examinada com a presença dos trabalhadores, representados pelas suas principais categorias, aqui em Porto Alegre, o Sindicato dos Comerciários, a Federação dos Comerciários do Estado do Rio Grande do Sul, a FECOSUL, com a presença de vários Vereadores, destacando-se quem nos recebeu, o anfitrião era o Ver. Nereu D’Avila; presente o Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, Ver. Cassiá Carpes; presentes também Vereadores que têm propostas legislativas sobre este tema, como no caso o Ver. Raul Carrion e este Vereador. Foi uma reunião de grande qualidade política e de grande responsabilidade por parte de todos os atores, no caso, aqueles que representam os trabalhadores, os Vereadores engajados neste tema, um tema difícil de ser tratado pelo cipoal jurídico que se constituiu em volta dele, e, ao fim da reunião, tivemos elaborada uma nota por parte dos trabalhadores, assinada pelo SINDEC; pela Associação Empresarial Nova Azenha; Federação dos Trabalhadores do Comércio do Rio Grande do Sul; Sindicato do Comércio Varejista de Carnes do Rio Grande do Sul, o SICOCARNE; Força Sindical; a própria FECOSUL que é vinculada à CUT; a UAMPA; Associação dos Minimercados de Porto Alegre, Ver. Cassiá Carpes - o Vereador participou de 90% da reunião, precisou ir até a sua Comissão na parte final, não recebeu ainda este documento; o Ver. Ervino Besson participou desde o início da reunião também -, em que as entidades dos trabalhadores e dos pequenos comerciantes resolveram, em uma nota pública, prestar apoio àquilo que foi decidido hoje nessa reunião. Eu quero até, nesse sentido, agradecer ao Ver. Ervino Besson pela sua gentileza e carinho no sentido de repercutir um pouco da minha ousadia de ter colocado este tema em um momento difícil.

Os trabalhadores, hoje, e os pequenos comerciantes decidiram prestar apoio ao Substitutivo nº 02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, à nossa proposta, cujo eixo principal é proibir o comércio aos domingos, excetuando seis domingos, véspera de feriados importantes. Foi decidido também, nessa reunião, que o próprio Ver. Nereu D’Avila e o Ver. Raul Carrion irão retirar outras propostas que tramitam na Comissão de Constituição e Justiça e na Pauta, com desarquivamento feito pelo Ver. Raul Carrion, e apresentação por este Vereador de uma Emenda, já que, infelizmente, afora lastimável decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que onerou trabalhadores e pequenos comerciantes, que agora já está resolvida com a aprovação da PEC. Há ainda uma decisão pendente do Superior Tribunal de Justiça, que impede que os Municípios proíbam a abertura dos supermercados aos domingos, ficando o Município, portanto, impedido de proibir que os supermercados venham a abrir aos domingos, por seu enquadramento em um Decreto de 1949. Acordamos, também, nesta reunião, no sentido de que uma emenda fosse colocada para que esses estabelecimentos passem a abrir apenas a partir das 15h, e tendo como teto as 21h, para que os pequenos comerciantes não sejam prejudicados. Nós sabemos que a abertura, principalmente dos supermercados aos domingos, gera concentração econômica, gera oligopólio, quebradeira do pequeno comerciante e onera os trabalhadores com até 12 horas de trabalho.

Por fim, eu quero, de público, dizer que a minha animosidade – que houve e foi forte – com o Sindicato dos Comerciários, SINDEC, foi hoje resolvida de uma forma respeitosa de ambas as partes. Estamos todos de acordo, e esta Casa, com o apoio desses Vereadores já nominados – repito, Ver. Ervino Besson, Ver. Cassiá Carpes, Ver. Nereu D’Avila, Ver. Raul Carrion e este Vereador – e vários outros Vereadores, estará em condições, possivelmente depois de uma reunião ampla que o Ver. Cassiá Carpes vai patrocinar, sexta-feira, às 11h, com as entidades, para a qual todos os Vereadores estão convocados - e com o Ver. Cassiá Carpes tendo recebido outras colaborações também -, poderá votar já essa matéria na outra semana ou ao menos colocá-la em condições de votação. Foi um dia glorioso e eu também me sinto muito feliz, seja pelos elogios de amizade do Ver. Ervino Besson, seja também por ter-me reconciliado um pouco com o SINDEC, já que tivemos uma disputa muito dura entre pessoas que pensam estrategicamente da mesma forma, mas que tinham táticas diferentes para enfrentar o problema. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerrada a Pauta.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3214/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 169/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que dispõe sobre a oficialização do Festival Choref de Música e Dança do Folclore Judaico, promovido pela Fundação Israelita Brasileira de Arte e Cultura Kadima.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 13-10-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): No entendimento das Lideranças, estamos colocando em discussão o PLL nº 169/03.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, como o autor do Projeto não se encontra no plenário, pedimos adiamento da discussão da matéria por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro que solicita o adiamento da discussão do PLL nº 169/03 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2944/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 149/03, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Francisca Prezzi Bolognesi um logradouro público parcialmente cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 29-10-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº 149/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PLL nº 149/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 4406/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 081/03, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Victor José Cibelli Castiel.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2.º, V da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

 - incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 29-10-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR nº 081/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PR nº 081/03. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 23 votos SIM.

 

RENOVAÇÃO DE VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1821/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 108/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que determina que o Executivo Municipal realize censo habitacional.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto;

- da  CEDECONDH. Relator Ver. Cassiá Carpes: pela aprovação do Projeto;

- da  COSMAM. Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 05-03-03;

- renovação de votação nos termos do art. 196 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à votação do PLL 108/01. Trata-se de uma Renovação de Votação. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 108/01.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, este Projeto de nossa autoria, Ver. Elói Guimarães, traz uma discussão, na minha avaliação - não por ser de minha autoria -, de grande importância para a cidade de Porto Alegre.

Nós temos aqui, também, em Porto Alegre, o desafio habitacional. Os dados sobre essa matéria são muito vagos. A Prefeitura utiliza esses dados, em vários momentos, de várias maneiras, mas nunca disse com clareza, nesses dezesseis anos, qual é realmente o déficit habitacional da cidade de Porto Alegre. Quantas moradias nós temos em áreas de risco? Quantas moradias nós temos em áreas irregulares, em terrenos públicos e privados? E, Ver. Pedro Américo Leal, que dá atenção especial a este debate, nós colocamos este Projeto, ainda em 2001, que visa a oportunizar à população da cidade de Porto Alegre saber, com clareza, bem como ao conjunto desta Casa - Bancadas de oposição ou do Governo - qual é efetivamente o censo habitacional de Porto Alegre. A Bancada do Governo vai votar contra este Projeto, e confesso que fico, não diria encabulado, mas eu fico embasbacado, porque, na verdade, estamos oportunizando ao Governo justificar aquilo que ele tem dito a cada dia, ou seja, que ele tem uma boa política habitacional para o Município de Porto Alegre, com o que nós não concordamos, pois achamos que é uma política tímida. Reconhecemos que teve, sim, alguns avanços, mas muito tímidos para o desafio que tem a cidade de Porto Alegre.

Então, quando nós - não me lembro -, se não me engano, perdemos este Projeto por um ou dois votos, quando ele foi à votação, e nos oportuniza, hoje, nesta Renovação de Votação, eu queria fazer um apelo aos meus colegas de oposição, um apelo com a legitimidade, Ver. Reginaldo Pujol, de quem tem sido leal nas votações com os meus colegas, de quem tem permanecido aqui neste plenário diariamente, Ver. Haroldo de Souza. A nossa Bancada tem estado aqui neste plenário para poder contribuir com este coletivo, com a Cidade e, muitas vezes, votando com o Governo, porque muitas matérias do Governo são importantes para a Cidade e a nossa Bancada sempre deu apoio para as aprovarmos aqui. Mas, especialmente, dirijo-me à oposição. Eu acho que este Projeto, Ver. Reginaldo Pujol, é de uma magnitude enorme, porque nos oportuniza fazer uma radiografia da cidade de Porto Alegre do ponto de vista habitacional.

Nós sabemos que a questão da habitação na cidade de Porto Alegre é uma questão não-resolvida, como é no Brasil, como é no Rio Grande do Sul. Mas Porto Alegre não é uma ilha. O asfalto chegou em centenas de vilas desta Cidade, mas a habitabilidade - que deve ser uma moradia digna -, que é o entorno da moradia capaz de qualificar essa relação de cidadania com o seu meio de vida - que é a praça, a escola, a saúde pública e outros equipamentos que o Poder Público tem de disponibilizar para o exercício da cidadania -, infelizmente, essa habitabilidade não é uma realidade. O asfalto chegou, às vezes de péssima qualidade, mas, ao lado do asfalto, encostado no asfalto, a habitação, na verdade, é uma subabitação, para não dizer uma palafita, para não dizer um casebre.

Então, ao apresentarmos este Projeto, que passou por todas as Comissões e que vem a este Plenário, eu quero fazer aqui um apelo final ao Governo: que vote conosco, porque nós vamos oportunizar a ele para que possa apresentar a sua política habitacional. Quanto aos dados aqui disponibilizados: um dia, eu vejo um artigo do Secretário X, da Secretaria; outro dia, eu vejo o artigo do Prefeito, cada um tem um dado sobre a Habitação. Então, isso significa que a Prefeitura não tem dados consistentes e que os membros do Governo têm opinião sobre a questão das estatísticas. Então, portanto, nós queremos, aqui, fazer um apelo aos colegas para que possamos aprovar este Projeto, não por ser da nossa autoria, mas por achamos que ele propicia um belo e extraordinário debate na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 108/01.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Sebastião Melo não pretende buscar outra coisa senão dados, informações da dimensão dessa questão que é vital ao cidadão: a habitação em condições razoáveis.

Então, parece-me, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que se trata de um direito que tem a Casa - e de resto, o Vereador -, em conhecer, de forma estatística e de forma determinada, o desenho, o mapa da situação de precariedade da cidade Porto Alegre. Porque, Ver. Pedro Américo Leal, se nós voarmos sobre Porto Alegre – veja V. Exa. -, nestes 10, 15 anos, nós vamos ver que a situação de pauperização, de precarização habitacional de Porto Alegre se agravou seriamente. Nós temos áreas que depõem contra a dignidade humana. Vamos citar, por exemplo, a região, no enclave norte, da Vila Areia, sem falar de outras áreas que terminaram esclerosadas; elas se esclerosaram.

Então, trazer esse dado ao conhecimento – até para trabalhar políticas terapêuticas a essa situação -, parece-me ser fundamental para que se possa, num grande programa, chamar a atenção até das autoridades internacionais para se buscar recursos diante de dados concretos dessa chaga social, que não é culpa de A, de B ou de C, mas que, sim, vem-se agravando. Nós estamos assistindo um crescendo no comprometimento habitacional na cidade de Porto Alegre; agravou a situação.

As ações desenvolvidas - diga-se de passagem, muito pequenas -, que se fizeram no sentido de reverter o processo, foram insignificantes e, por isso, nós estamos num crescendo de pauperização de verdadeiros segmentos da Cidade que sofrem exatamente a precarização habitacional quanto às condições, diríamos, subumanas do ponto de vista das habitações. Então, isso é elementar, é uma discussão que não pode enfrentar a contrariedade, porque é a busca de dados; ou se tem medo de informar com correção?

Todos nós falamos em habitação - falta aqui, falta ali -, mas qual é a dimensão que temos? Que dimensão tem esse problema em Porto Alegre? Uma coisa nós podemos dizer, incontestavelmente: agravou-se a situação habitacional em Porto Alegre, é o óbvio. Nós podemos até trabalhar com alguns indicadores de 15, 20, 30 anos atrás e provar que se agravou, mas esse não é o caso.

O que se pretende, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é buscar as informações, os dados para que se possa opinar, em cima de elementos concretos, sobre essa dura realidade que enfrentam largos e crescentes segmentos da opinião pública da população com a precarização, com a favelização de segmentos da população de Porto Alegre. Portanto, encaminhamos favoravelmente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 108/01.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Ver. João Antonio Dib, presidindo os nossos trabalhos, demais Vereadores e Vereadoras desta Casa e demais pessoas que nos assistem pelo Canal 16, eu quero dizer que a idéia de nós termos um censo habitacional não só é importante como necessária. É tão importante e tão necessária que nós já realizamos esse censo em Porto Alegre. Tivemos a oportunidade, em 1999, de ter uma publicação sobre o mapa da irregularidade de Porto Alegre, e ali constam não só o número de vilas irregulares, bem como o número de pessoas que estão hoje, na nossa Cidade, morando de forma irregular. Além desse dado, nós possuímos os dados do IBGE, que também apontam não a irregularidade, mas a questão do déficit habitacional. Esses dados já existem, não há necessidade de nós fazermos um novo censo.

Quero aqui falar sobre a preocupação trazida pelo nosso colega Elói Guimarães, quando coloca para nós a importância de termos esses dados para encaminhar um projeto visando obter recursos externos, e citou a questão da Vila Areia. Quero dizer que, justamente porque nós temos esses dados, já conseguimos esse financiamento para a Vila Areia, Ver. Elói Guimarães, que, sem dúvida, é o maior projeto que há hoje, no nosso País, na área habitacional, que é o Projeto da Entrada da Cidade, para o qual, há poucos dias, o Senado Federal acabou aprovando um empréstimo de mais de 27 milhões de dólares para a Capital, Porto Alegre. Quero tranqüilizar o Vereador no sentido de que esses dados existem. Nós temos um mapa onde estão localizadas todas as vilas irregulares de Porto Alegre.

Quero só fazer uma pequena contestação, Ver. Elói Guimarães, não baseada na informação do Diretor que, por conseqüência, tem uma vinculação partidária, mas em dados oficiais, dados do IBGE, que, em 2001, fez um comparativo entre as Capitais, no qual constatou que, de 1991 até 2000, a Capital que tinha a melhor política habitacional era justamente Porto Alegre, que conseguiu, mais ou menos, manter o número de vilas, ao contrário das outras Capitais, onde se observou um crescimento. Então, esse dado já existe, é um dado oficial, não é um dado produzido pela Prefeitura, mas é produzido pelo IBGE, que, inclusive, foi motivo de uma grande reportagem na Folha de São Paulo, que, infelizmente, os jornais aqui de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul não reproduziram, mas que trazia, sim, Porto Alegre como referência na política habitacional, e pegava como exemplo o conjunto Condomínio Lupicínio Rodrigues, ali numa área central da nossa Cidade.

Então, é por essa razão que a Bancada do Partido dos Trabalhadores vai votar contra esse Projeto do Ver. Sebastião Melo, não porque não venha a achar necessário, mas porque o censo efetivamente já foi realizado, e nós já temos isso, inclusive, numa edição já publicada há um ou dois anos pela Prefeitura de Porto Alegre.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registro a presença do amigo desta Casa, Ailton Albuquerque. É bem-vindo. Saúde e paz!

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 108/01.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Antonio Dib, Presidente desta Casa, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e senhores; Ver. Sebastião Melo, V. Exa., que é o autor deste Projeto para o qual busca uma renovação de votação, eu acredito que, realmente, Porto Alegre precisa de um censo habitacional. Quando eu cheguei em Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães, em 1975, lembro-me que na entrada da Cidade nós não tínhamos todos aqueles casebres que estão ali amontoados. O cinturão de miséria aqui em Porto Alegre era praticamente inexistente ou muito menor do que ele é hoje. De 1975, quando eu cheguei, até agora, o que nós vimos foi uma grande favelização em nossa Cidade, principalmente naquelas regiões de entrada. Nós notamos que as favelas cresceram de forma alarmante. Eu vou pegar, Ver. Carlos Pestana, que conhece muito bem a Cidade e que trabalhou nessa área, aquela região do Centro da Cidade, ali na Voluntários da Pátria, onde existe uma quantidade de favelas realmente assustadoras, e está em uma região central da Cidade; vamos para a zona Norte da Cidade e vamos encontrar, Ver. Elói Guimarães - e é uma região que V. Exa. conhece muito bem -, uma quantidade enorme de favelas surgidas nos últimos tempos.

Então, se nós pegarmos os dados do IBGE de 1975 - quando eu chegava à Casa -, eles não diferem muito dos dados do IBGE dos tempos atuais. Faz muito tempo que, de acordo com o IBGE, a Cidade mantém, mais ou menos, uma população em torno um milhão e 300, um milhão e 350 mil habitantes. Eu acredito que, realmente, nós estamos precisando realizar, por parte do Município, um bom censo habitacional. As pessoas começaram a morar de uma forma caótica, apesar de a população não ter crescido muito nos últimos tempos. Mas eu gostaria de saber por que a favelização foi tão marcante na fisionomia da nossa Cidade, como aconteceu nos últimos tempos. Penso que isso faz parte de um trabalho que deve ser realizado pelo Município, e os Vereadores não devem se furtar de realizar esse trabalho, para que nós possamos conhecer o número de habitações que faltam em nossa Cidade, habitações que realmente possam oferecer condições dignas de moradia para as pessoas, e para que nós possamos, realmente, realizar na nossa Cidade aquele trabalho indispensável para dar à nossa população as condições normais, para que elas possam viver, possam habitar, possam residir de uma forma decente e ter todas as outras necessidades supridas. Acredito que essa é uma necessidade da Câmara de Vereadores.

Ver. Sebastião Melo, muito embora V. Exa. não tenha apoiado este Vereador nos últimos tempos, eu tenho de reconhecer que esse é um bom Projeto, e, como sempre, eu tenho atuado nesta Câmara para que nós possamos estabelecer boas políticas para darmos melhores condições de vida à nossa população. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n.º 108/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós estamos encaminhando a votação de um pedido de renovação de votação. Nós não estamos decidindo, neste exato momento, se o Projeto do Ver. Sebastião Melo é bom ou não é bom; simplesmente este Projeto, quando foi submetido à Casa no dia 05 de março, portanto nos primeiros dias do ano legislativo, diante de um quórum muito baixo, de 21 Vereadores, teve uma decisão extremamente apertada: 10 votos favoráveis; 11 votos contrários, plenamente caracterizado, por conseguinte, aquele quadro regimental que autoriza o pedido de renovação de votação. Então, eu entendo que, dada a importância da matéria, que ensejou, inclusive, alguns debates no dia de hoje, nós não podemos sonegar ao Ver. Sebastião Melo e aos dez Vereadores que o acompanharam na primeira oportunidade pelo menos a chance de ver discutida essa matéria, e, uma vez rediscutida, quem sabe alcançar um resultado mais adequado do que aquele que foi alcançado na Sessão Plenária desenvolvida no dia 5 de março do corrente ano.

Ora, o Projeto do Ver. Sebastião Melo é um Projeto amplo – constituído de dez artigos -, que quer que se promova um verdadeiro levantamento da situação habitacional no Município de Porto Alegre, uma recomendação absolutamente adequada para uma cidade como esta, que precisa saber efetivamente o que existe no seu território. Nós precisamos saber quais os tipos de fundações dos nossos imóveis; nós precisamos saber qual o tipo de construção, se alvenaria ou outra; qual o tipo de cobertura - o telhado -; o número de peças, se há banheiro no equipamento, enfim. É a forma de se fazer um grande diagnóstico na Cidade, para se ter condições, Ver. Luiz Braz, que me honra com sua atenção, de trabalhar o futuro de Porto Alegre, de traçar as suas diretrizes com os pés calcados na realidade, e não no abstrato, não naquelas situações que nós vemos ora pintar em Porto Alegre como sendo o lugar onde as coisas só acontecem bem e, de outro lado, outros falam exatamente o contrário: aqui tudo é ruim, infestado de subabitações. Até mesmo esse diagnóstico da subabitação precisaria ser melhor feito, porque, às vezes, a gente chama de subabitação uma casa esteticamente mal construída, mas que se pode classificar como habitação, porque ela tem um ponto d’água, tem um ponto de luz, tem aquelas coisas que caracterizam um lar adequado, enquanto outras que a gente vê aí pela Cidade, que externamente se nos apresentam como sendo uma residência razoável, ajustada, adequada, por não dispor da infra-estrutura básica, não pode entrar no rol de uma habitação propriamente dita.

Então, eu apelaria aos colegas Vereadores, integrantes desta Casa, para que não sonegassem ao Ver. Sebastião Melo e àqueles que apoiaram o seu Projeto a oportunidade de vê-lo discutido novamente.

E aqui, Ver. Pedro Américo Leal, V. Exa. que foi o grande mentor dessa introdução de restrições ao pedido de renovação no Regimento, disciplinando os casos em que ele, efetivamente, pode ser exercitado, está mais do que configurado: foi uma votação com quórum mínimo, só 21 Vereadores presentes no plenário, 10 votos a favor, 11 votos contrários. É o tipo da matéria que merece ser revista. E eu aconselho a todos, apelo a todos, aliás, no sentido de que se dê essa possibilidade de se discutir com mais profundidade este belo Projeto do Ver. Sebastião Melo.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não há mais quem queira encaminhar. Em votação nominal, por solicitação do Ver. Sebastião Melo, o PLL n.º 108/01. (Pausa.)

Srs. Vereadores, por favor, registrem os seus votos. O Ver. Ervino Besson está com dificuldade. Votaram todos os Vereadores? Por favor, os Vereadores que não conseguiram votar, registrem seus votos aqui no microfone. O Ver. Nereu D'Avila não consegue votar, nem o Ver, Ervino Besson e o Ver. Elói Guimarães. Está encerrada a votação e esses três Vereadores farão seu voto no microfone. Peço que os Srs. Vereadores declarem seus votos no microfone.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, eu voto SIM.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson vota SIM.

Ver. Nereu D'Avila, como vota V. Exa.?

 

O SR. NEREU D'AVILA: Meu voto é SIM, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Nereu D'Avila vota SIM. Ver. Elói Guimarães, como vota V. Exa.?

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: SIM, Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães vota SIM. Encerrada a votação. Quando eu declarei que a votação estava encerrada, eu perguntei quais os Vereadores que tinham dificuldade e os 3 Vereadores que tiveram dificuldade registraram o seu voto. Eu lastimo, gostaria que todos os outros Vereadores também votassem...

(Após a apuração nominal.) APROVADO o PLL n.º 108/01 em renovação de votação por 14 votos SIM e 10 votos NÃO.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, um esclarecimento: esse Projeto não precisaria de 17 votos?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A informação da Diretoria Legislativa é de que não seria necessário. (Pausa.) Mantida a informação de que não há necessidade, aprovado, pois, o Projeto do Ver. Sebastião Melo para o censo habitacional em renovação de votação.

Eu gostaria de registrar a presença do Ver. Jaime Perin, do PPS, de Santa Rosa. Bem-vindo, Vereador. Sinta-se em casa. Saúde e paz para Vossa Excelência!

Foi encaminhado à Mesa um Requerimento, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 02 ao PLL nº 019/01 às Comissões. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0738/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 019/01, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que autoriza o Executivo Municipal a colocar equipamentos com o objetivo de identificar e estabelecer limites entre os bairros no Município de Porto Alegre. Com Emenda n.º 01.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela rejeição do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da  CEFOR. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto e rejeição da Emenda    n.º 01;

- da  CECE. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto e rejeição da Emenda    n.º 01.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 30-04-03;

- discutiram a matéria, em 13-10-03, os Vereadores M.Danéris, C.Carpes e L.Braz;

- adiada a discussão por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Projeto de Lei do Legislativo nº 019/01. (Pausa.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu quero aqui levantar uma Questão de Ordem pois estou muito preocupado. Vejam o seguinte: nós estamos nos aproximando do dia 31, e a Comissão de Finanças e Orçamento fixou um prazo administrativo para apresentação das Emendas. Ora, o Projeto saiu de Pauta no dia 21, portanto foi para a Comissão no dia 22. Aos Vereadores estão sendo oportunizados, apenas, menos de 10 dias para apresentarem as suas Emendas; eu tenho várias Emendas que estou encaminhando para discussão. Eu queria fazer um apelo a V. Exa. para que intercedesse junto à Comissão de Finanças, num processo de conversação, para que nós pudéssemos... Porque diz a nossa Lei Orgânica que o Projeto tem de estar votado até o dia 30 de novembro para ser remetido ao Executivo até o dia 10 de dezembro. Eu presidi a Comissão de Finanças, eu não quero garrotear ninguém, mas eu acho que o prazo, por exemplo, até o dia 10 para que apresentem as suas Emendas, dia 8, dia 10 é razoável. Aí o Relator terá uma semana para poder fazer o relatório. E o Relator já está produzindo o relatório, e, conseqüentemente, nós vamos poder ter um processo sem maiores dificuldades. Até pelo seguinte: o que diz a nossa lei? Enquanto o Projeto estiver na Comissão o Vereador poderá propor Emenda. Eu estou querendo encontrar uma situação negociada. Ora, se for intransigente, vai-me levar... Enquanto o Projeto estiver na Comissão de Finanças, eu estou assegurado pela Lei Orgânica e pelo Regimento Interno a colocar Emenda. Então, eu queria apelar para o bom-senso de Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, V. Exa. não faz uma Questão de Ordem, faz um Requerimento e é recebido o Requerimento de V. Exa., vou falar a respeito dele, tão pronto fale o Ver. Carlos Alberto Garcia.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Presidente, a minha manifestação é justamente a respeito da fala do Ver. Sebastião Melo. É que nós fomos escolhidos como Relator. É importante salientar que esse Projeto chegou aqui na Casa no dia 30 de setembro. Portanto, 30 dias para apresentar Emendas; ampla discussão já havia, a discussão já ocorreu inclusive na Lei de Diretrizes Orçamentárias que tem de estar casada com o Orçamento. Eu só quero ressaltar que a nossa preocupação é com um curto prazo que dificulta a nossa formatação do relatório. E, além disso, a Comissão decidiu, por unanimidade - são cinco membros -, por esses prazos. Mas V. Exa. tem o poder de refletir e, como Presidente, pode fazer uma intervenção. Mas só pediria que V. Exa. pensasse sempre na questão da autonomia da própria Comissão. Muito obrigado, Presidente.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Não, Sr. Presidente, realmente, V. Exa. tem razão. Frente à manifestação do Relator, eu estou recorrendo dessa decisão, que é uma decisão administrativa, a este Plenário. Porque a Lei Orgânica não pode ser maculada por uma decisão administrativa.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não. Nobre Vereador, recebido o Requerimento de V. Exa., eu preciso dizer que, a partir do dia 8 de outubro, todos os Vereadores poderiam apresentar Emendas. De 8 a 20 de outubro, a população, por intermédio de 300 eleitores ou de três entidades devidamente cadastradas, poderiam apresentar Emendas. Agora, no momento em que a Comissão de Finanças marca uma data para que até o dia 31 sejam apresentadas as Emendas dos Senhores Vereadores, eu acho que é tempo suficiente. Mas não há por que não tentar uma conciliação. Por exemplo, até o dia 5 novembro, eu não sei em que dia da semana cai... Na próxima terça-feira, na reunião da Comissão de Finanças, eu não sei se é dia 5, eu creio que seja dia 5. Até o dia 5, se a Comissão de Finanças aceitar, eu acho que é uma boa medida.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu aceito.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo concorda e a Casa não pode levar à tribuna depois a discussão: “Olha, não fiz. Deveria levar mais tempo”. Eu acho que é uma medida sensata. Se a Comissão de Finanças concordar, não há por que não fazer.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, como Presidente da Comissão, já que foi feita a sua solicitação, vou conversar com todos os Vereadores da Comissão e daremos o retorno em instantes, em 15 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tenho certeza disso, pois dois Vereadores estão aqui dizendo que sim, então, não quero exorbitar, mas, praticamente, posso dizer, Ver. Sebastião Melo, que o pleito de V. Exa. é justo e está atendido. Saúde e paz!

Em discussão o PLL nº 019/01. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 019/01. O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, fiz uma retificação na Emenda nº 2, até para ficar mais clara, porque dava a entender (Lê.): “Autoriza o Executivo Municipal a colocar equipamentos com o objetivo de identificar os bairros" – não é estabelecer limites, como está, com o objetivo de estabelecer limites, portanto, é a valorização do bairro - "com uma placa, um pórtico, ou outdoors, desde que aprovados pelo órgão competente”.

Artigo 2º: “As entidades representativas locais, devidamente regularizadas junto aos órgãos competentes, terão participação efetiva nos objetivos da lei”.

Parágrafo único: “As entidades representativas locais deverão estar regularizadas junto aos órgãos competentes e comporão, por exemplo, associação de bairro, associação empresarial, associação dos produtores, outras entidades representativas do bairro”.

Qual é o objetivo do Projeto? É valorizar o bairro. Que no centro do bairro tal tenha um outdoor, uma placa feita pela comunidade para valorizar seu bairro.

Por exemplo: Anchieta - bairro industrial; Ipanema - o lugar com o pôr-do-sol mais belo do País; Belém Novo - rico pela diversidade e potencial turístico; Vila Nova, o bairro do pêssego; o Lami, pólo hortifrutigranjeiro, e assim por diante. É a valorização do bairro; a comunidade vai sentir-se valorizada ao ressaltar a peculiaridade do seu bairro. Portanto, a Emenda retifica, tirando a questão de limites de bairros - nós não estamos estabelecendo limites de bairros, que fique bem claro.

Portanto, Srs. Vereadores, o objetivo é que o Poder Executivo colabore, porque só vai regular; quem vai fazer, na realidade, serão as comunidades, as entidades representativas da comunidade.

Portanto, não vou-me estender, só quis fazer esse esclarecimento para que possamos, cada vez mais, chegar na comunidade, valorizar a comunidade, dar poder à comunidade de ir lá e estabelecer no seu bairro um pórtico, como se fosse uma cidade do interior. Como quando a gente vai passando, Ver. Pedro Américo Leal, por algumas cidades do interior e lá está o pórtico, como em São Borja – “A Capital dos Presidentes”, “A terra dos Presidentes”. Outro exemplo seria a cidade de Cruz Alta, “A Terra de Érico Veríssimo”, entre outras tantas. E assim o bairro se identificará com a sua peculiaridade, buscando lá a integração da comunidade, a valorização da comunidade, e definindo a estratégia para valorização de seu bairro. Portanto, eu peço a compreensão dos Srs. Vereadores, pois não há nenhum ônus, já que se coloca, sempre que projeto autorizativo não pode; pode, desde que não cause prejuízo financeiro, que não cause ônus para o Executivo. Não é o caso. O Executivo só vai regularizar aquilo que a comunidade fará, com a força suficiente por meio das suas entidades representativas, colocando lá uma identificação, de que lá está o bairro identificado com alguma peculiaridade. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Presidente da Comissão de Finanças comunica que a Comissão de Finanças aceitou que as emendas sejam apresentadas até a próxima terça-feira, dia 05, até às 18 horas.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 019/01.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr. Vereadores, Sras. Vereadoras, prezado Ver. Cassiá Carpes, nós vamos fazer uma breve intervenção, e o nosso Líder inclusive já conversou com V. Exa. relativamente à posição da nossa Bancada.

Ver. Cassiá Carpes, eu peço vênia a V. Exa. para fazer um pequeno diálogo sobre isso. V. Exa. traz à colação a questão do respeito à comunidade, com a qual nós temos absoluta concordância, e que tem como objetivo que o bairro se sinta valorizado, o local que a gente escolhe para viver, para deitar nossas raízes - a comunidade tem de participar dessas decisões. Então, apenas quero dialogar com V. Exa., Ver. Cassiá Carpes, talvez até consultá-lo, nós temos, a Bancada da Frente Popular, e os Vereadores de oposição têm o mesmo posicionamento, ou seja, de que não possamos mais nominar ruas sem que se ouça a comunidade. Então, nós queremos mudar essa Legislação, porque se a gente fala em respeito à comunidade para distinguir o seu bairro, para que a pessoa possa se sentir orgulhosa de viver numa determinada localidade, como é que a gente vai fazer isso, Ver. João Antonio Dib, se acabamos denominando nos bairros, às vezes, ruas, sem que a comunidade possa opinar? Então, apenas um diálogo com V. Exa. para chamar atenção de que se esta Câmara, realmente, quer respeitar a comunidade como V. Exa. assim colocou - e nós concordamos -, então é bom citar que esta Câmara, também para os logradouros cadastrados, passe a colocar como requisito a oitiva da comunidade. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Cassiá Carpes, o PLL nº 019/01. Vota-se o Projeto com ressalva das Emendas nº 01 e nº 02, que serão votadas uma a uma, eis que foram dispensadas do envio às Comissões. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 14 votos SIM e 09 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, aposta ao PLL nº 019/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Em votação a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, aposta ao PLL nº 019/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

Portanto, aprovado o PLL nº 019/01, de autoria do Vereador Cassiá Carpes, juntamente com as Emendas apostas.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3334/03 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 029/03, que altera o Anexo de Metas Fiscais - Anexo I da Lei n.º 8.977, de 6 de setembro de 2002 - Lei de Diretrizes  Orçamentárias e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- quórum para aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – art. 53, “caput”, c/c art. 82, “caput”, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 01-10-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLE nº 029/03. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, nós achamos oportuno discutir este Projeto, porque estamos às vésperas de votar, nesta Casa, o novo Orçamento da cidade de Porto Alegre. E este Projeto de Lei - fazendo adaptações a um dos anexos da Lei de Diretrizes Orçamentária de 2002 -, na verdade, é uma prova provada daquilo que tenho dito desta tribuna reiteradas vezes: o Orçamento da cidade de Porto Alegre é uma grande maquiagem! Quando a Prefeitura propõe a Lei de Diretrizes Orçamentárias, antes do Orçamento, Ver. Pedro Américo Leal, ela subestima a Receita e superestima a Despesa, e pede um cheque em branco para esta Casa, Ver. Elói Guimarães, para fazer as chamadas suplementações, que nada mais são do que as medidas provisórias como as utilizadas pelo Fernando Henrique Cardoso, e, agora, utilizadas pelo Governo Lula, que é seguidor do Fernando Henrique. Então, eles, na verdade, quando pedem a retificação dessa meta, estão dizendo aqui o seguinte: “Olha, nós arrecadamos”. E diz aqui o Sr. Prefeito (Lê.): “Esta alteração visa adequar o Anexo de Metas Fiscais à diferença positiva entre o Ativo e o Passivo financeiros apurados no balanço patrimonial consolidado no exercício de 2002 da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. A referida diferença constitui superávit financeiro, que, conforme dispõe o Inciso I, do art. 43 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964” - de 94 para 148 milhões! Então, eu vim a esta tribuna para comentar, Ver. Cláudio Sebenelo, Vereador-Presidente - que foi Prefeito desta Cidade e sabe muito bem do que eu estou falando mais do que ninguém – que o Prefeito, na verdade, está adequando aquilo que ele sabia que ia acontecer, porque ele faz isso anualmente. Ele superestima a Despesa e subestima a Receita, para depois dizer que vai arrecadar. Eu vou dar um exemplo para não ficar uma coisa incompreensível para as pessoas. Ele chega e diz no Orçamento, Ver. Pedro Américo Leal, que vai arrecadar 140 milhões de IPTU. Na verdade, ele sabe que vai arrecadar 180 milhões, 190 milhões; mas ele diz que vai arrecadar 140 milhões. Lá no final, Ver. Luiz Braz – V. Exa. que conhece essa matéria -, são arrecadados 190 milhões, mas ele previu uma arrecadação de 140 milhões. O que é que ele faz? Ele vai lá e faz a chamada suplementação, e, geralmente, para poder fazer a propaganda da cidade virtual, aquela cidade que só existe nos mapas, existe só na televisão, só no rádio, porque a cidade real é a cidade que nós, Vereadores e população, vivenciamos, Ver. Luiz Braz; onde há falta de água em muitos lugares, em que o asfalto chegou em centenas de lugares, mas a habitabilidade dessas localidades continua cada vez pior. Então, a Prefeitura se utiliza desse superávit financeiro, que eu diria que vem sendo maquiavelicamente construído, e esta Casa vem autorizando – não com o meu voto; nunca terão o meu voto para esse tipo de procedimento; aliás, tenho votado contra esse procedimento desde o dia que assumi aqui nesta Casa Legislativa. Mas esta Casa tem sido conivente com isso, porque ela tem... Eu não quero aqui engessar, garrotear e transformar o Executivo em ingovernável, mas o Legislativo não pode abrir mão do seu poder; o Legislativo que abre mão do seu poder é um Legislativo caudatário.

Ver. Juarez Pinheiro, eu participei, o dia inteiro, deste Seminário sobre os Cem anos de Júlio de Castilhos, que foi uma retomada, pois foi ali que começou o Rio Grande, o Brasil, e a República toda influenciada pela Constituição Castilhista, que é colocar a reboque o Poder Legislativo, e isso, hoje, vale para todos os Governos. Não vale só para a Câmara de Porto Alegre. Naquela época, o que a Assembléia discutia era apenas o Orçamento e nada mais, Ver. Pedro Américo Leal, e hoje os Legislativos continuam muito caudatários daquilo que foi a concepção do sistema republicano especialmente concebido por Júlio de Castilhos.

Portanto, nós estamos aqui dizendo que isso é uma materialização daquilo que temos dito na tribuna a cada dia, que o discurso de transparência do Orçamento é um, mas a prática é outra.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLE nº 029/03.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. João Dib, Srs. Vereadores, senhores e senhoras, acredito que o Ver. Sebastião Melo não tenha lido este Projeto de Lei, quando veio discuti-lo na tribuna. O Vereador tem trabalhado muito em questões orçamentárias, e está querendo ampliar, inclusive, o prazo para apresentação de emendas na Comissão, com o que concordamos; o Vereador, acima de tudo, demonstra absoluta falta de coerência. Falta de coerência, Ver. Sebastião Melo, porque o seu Governo, inclusive – e estou falando isso com muita tranqüilidade -, alterou na Assembléia Legislativa o método de suplementações. Até no Governo anterior ao Governo Rigotto - e eu aqui não estou partidarizando, estou apenas discutindo a questão orçamentária -, era possível a suplementação na Assembléia Legislativa apenas por Projeto e Atividade; foi o Governo Rigotto assumir na Assembléia Legislativa e a possibilidade de suplementação passou a ser de 4,2% da Receita Total, incluindo, Ver. Sebastião Melo, Receitas Correntes, incluindo Investimentos e Receitas de Capital, portanto, ficou absolutamente impraticável. E nós estamos, mal ou bem, na Assembléia Legislativa, fiscalizando o Orçamento do Governo do Estado.

Portanto, na Assembléia Legislativa, o Ver. Sebastião Melo e os seus companheiros querem, praticamente, deixar absolutamente possível qualquer tipo de suplementação, sem qualquer limite, e, aqui, ele fala, e busca sempre fazer com que fique inviável o Orçamento. E agora ele faz que não ouve, porque eu gostaria até que V. Exa. me ouvisse atentamente, Ver. Sebastião Melo, estou dialogando tecnicamente com V. Exa. O Ver. Beto Moesch faz a autocrítica e diz que a culpa é dele.

Vereador Sebastião, um Orçamento é sempre feito no mês de julho, é uma previsão, Vereador, e V. Exa sabe disso. Quando o Orçamento de 2003 foi feito, foi até o mês de julho de 2002, quando aí foi encaminhado à Assembléia Legislativa. O que é essa Peça que nós estamos agora discutindo, Ver. Sebastião Melo? Chegado o final do ano de 2002, muito depois que o Orçamento já tinha sido encaminhado a esta Casa, é feito o Balanço e daí uma previsão se consolida de acordo com o comportamento da economia, com a inflação diferente de um setor para o outro, e ao final não há mais uma estimativa, mas há um fechamento, há um balanço.

Portanto, essa Peça Orçamentária, esse documento que agora altera a LDO, ele se adapta à vida, se adapta à realidade. E o fato de V. Exa dizer que isso é um cheque em branco é um absurdo, Ver. Sebastião Melo, com a vênia do Ver. Cláudio Sebenelo, porque, veja bem, o que se está dizendo aqui, Vereador, não é que se autoriza o Poder Executivo a suplementar por decreto, ele apenas pega o resultado objetivo, material de um Balanço consolidado e possibilita que sejam feitas suplementações. As suplementações ficam nos limites estabelecidos por esta Casa, e se passa daquele limite que nós autorizamos aqui, o Poder Executivo tem de mandar um projeto de lei.

Portanto, Ver. Sebastião Melo, eu acho até que V. Exa. deveria dialogar com esses argumentos que eu coloco aqui, porque V. Exa., talvez, na busca de fazer a crítica pela crítica apanhou o documento, o Projeto, sem um maior cuidado do ponto de vista de aprofundar o debate. Esse debate de suplementações - eu coloco a questão da coerência a V. Exa., na política -, porque na Assembléia Legislativa pode-se suplementar tudo, aqui há um limite de 4,2% para ser por decreto.

Portanto, Ver. Dr. Goulart, esse resultado, que é um resultado matemático, não é uma previsão, Ver. Sebastião Melo, é o consolidado do Balanço Patrimonial, ele apenas diz que como houve esse superávit é possível suplementação sobre isso, mas a suplementação não significa que tenha de ser por decreto. É uma suplementação que tem de obedecer os limites, que com ou sem a sua vontade foi aceito por esta Casa. Portanto, eu peço a V. Exa. que dialogue com essas palavras, dialogue com a questão até da coerência sobre suplementações e que para o bem até do funcionamento desta Casa e do Poder Legislativo nós venhamos a aprovar para adequar à vida a realidade fática do Orçamento que foi, por óbvio, por estimativa e que com o Balanço Patrimonial se tornou um fato real.

Portanto, esta Casa, para o bem do funcionamento deste Poder e também de todas as ações do Poder Executivo, precisa aprovar este Projeto. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL n.º 029/03, por cessão de tempo do Ver. Dr. Goulart.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, retorno à tribuna pelo respeito que eu tenho pelo meu adversário político nesta Casa, mas fraterno amigo, que é o Ver. Juarez Pinheiro, que pertence à base de sustentação do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, seguidor do Governo Fernando Henrique.

Em primeiro lugar, quero colocar aqui a questão do Governo do Estado. A verdade do que V. Exa. está dizendo, Ver. Juarez Pinheiro, é o seguinte: não é só no Governo anterior, do Governo Olívio Dutra, mas nos Governos anteriores como de Antonio Britto, Alceu Collares e outros, as suplementações na Assembléia eram da monta de 10% no Projeto Atividade. Ora, o Orçamento do Estado ainda não foi aprovado. A Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano, é verdade, sofreu alterações pela Casa Legislativa tirando o Projeto Atividade. Eu continuo com a mesma opinião que eu sempre tive aqui nesta Casa: respeito a decisão do Parlamento do Rio Grande do Sul que até então tinha tido um comportamento e que, neste momento, tem outro comportamento pontualmente sobre essa matéria. Quando o Executivo faz um Orçamento, e no caso de Porto Alegre, Ver. Juarez Pinheiro, existe uma especificidade ainda mais profunda, porque tem o Orçamento Participativo, que é o instrumento importante de luta da sociedade, e que é muito debatido com a Cidade, é debatido com os cidadãos, com as cidadãs desta Cidade, e se materializa no Orçamento a vontade então da cidadania que se transforma em Projeto de Lei e que vem à Casa Legislativa para a sua aprovação ou para a sua modificação.

Ora, se a Cidade, no seu conjunto, se reuniu e deliberou soberanamente significa que a Prefeitura estaria agindo coerentemente - e eu vejo o Sr. Wilson, que é um atento observador desta Casa, observando aqui esse raciocínio -, deveria, em suplementar, suplementar no Projeto Atividade, porque o desejo da Cidade foi que aquele Projeto fosse realizado e, portanto, a dotação orçamentária fosse em cima daquele Projeto.

Então, eu continuo, tranqüilamente, com a mesma posição que sempre tive nesta Casa.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, a questão das suplementações não é um aspecto basicamente pontual desta Casa. V. Exa., quando discute esse tema, eu acho que fala de forma abrangente sobre todos os Parlamentos. O que eu vejo, nesse sentido, é falta de coerência na sua intervenção - não pessoalmente, como Vereador, como Sebastião Melo, eu falo de V. Exa. como um ser político que representa aqui uma força política -, porque a sua força política na Assembléia Legislativa alterou isso, porque, no Estado, era possível uma pequena suplementação de apenas 10% por Projeto e Atividade. Com o advento do seu Governo, legitimamente eleito, de forma democrática, as forças que defendem o seu Governo alteraram na LDO do Estado e agora é possível uma suplementação sobre 4% do total da Receita, que inclui Receitas Correntes, Investimentos de Capital e transferências feitas pelo Governo Federal e, ainda, operações de créditos. E isso torna praticamente impossível à Assembléia Legislativa, a partir de agora, controlar o Orçamento. E, veja bem, V. Exa., aqui, quer fazer com que o Orçamento não possa ser suplementado! Quer dizer, um instituto que existe em qualquer orçamento, de qualquer unidade da federação! Então, eu vejo um pouco de falta de coerência, ou V. Exa. me contrarie se eu estiver errado.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Juarez Pinheiro, primeiro, nós temos uma posição muito clara sobre isso, eu sempre apresentei Emenda nesta Casa no sentido de que o Executivo continue suplementando. Aliás, esta Casa tem autorizado, nesta Lei de Diretrizes Orçamentárias, que, sob a sua orientação vai ser elaborado e seguido o Orçamento, que vai à votação até o dia 30 de novembro, Ver. Juarez Pinheiro, autoriza 4,2% da suplementação, da mesma forma que V. Exa. está dizendo, da Assembléia Legislativa. Qual é a tese que eu defendi, que eu defendo e que perdemos aqui a nossa posição na Lei de Diretrizes Orçamentárias nas chamadas emendas aglutinativas? De que o Prefeito continue suplementando 10% no Projeto Atividade. Perdemos. Agora, há uma diferença lá na Assembléia Legislativa, há uma base do Governo que hoje é majoritária, ela modificou, sim, pela base do Governo. Agora, aqui, há um contra-senso. Aqui a minoria é do Governo; mas a oposição tem dado guarida para isso. Há uma diferença monumental! E aí eu ressalto a contradição da nossa oposição, porque, na verdade, o governante, o Executivo, quer movimentar financeiramente, tirando de “A” para “B”, para “C”, para “D”, sem passar por nenhum Legislativo. Isso é o desejo de todos os governos. Agora, como parlamentar, eu defendo o fortalecimento do Legislativo e não vou dar carta branca para nenhum governo, muito menos para esse Governo, que é especialista em suplementar verba para fazer propaganda da cidade virtual, daquela cidade que só existe na televisão, que só existe no rádio, que só existe nas manchetes de jornais; porque a cidade real é uma cidade que tem enormes dificuldades habitacionais, saúde pública, entre tantas outras demandas.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Conclua, nobre Vereador.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Então, nós temos diferenças conceituais, mas eu acho que é um debate que enriquece a Casa, e é um debate que eu acho que V. Exa. tem feito com qualificação, e, portanto, eu me sinto honrado de ter debatido e continuar debatendo com V. Exa. nesse bom nível, porque, como enfrentamento no campo das idéias, quem ganha é a cidadania; quem ganha é o Parlamento.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 029/03.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vereador-Presidente, João Antonio Dib, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, talvez o Orçamento seja o Projeto mais difícil para qualquer Vereador aqui desta Casa, tanto para discutir, como para, realmente, trazer aqui os dados corretos, a fim de que nós possamos votar aquilo que é necessário para que Porto Alegre possa, de uma forma lógica, construir uma boa política para os seus cidadãos. Mas existem determinadas coisas que saltam muita claras dentro do Orçamento, Ver. Pedro Américo Leal. Veja só que o Projeto de Lei visa a alterar o Anexo I – Anexo de Metas Fiscais - no que concerne a Despesas. Veja que nós estamos alterando as Despesas, e o Projeto não fala em alteração de Receitas. Estou vendo uma coisa que, de repente, vai acontecer se aprovarmos o Projeto tal qual está aqui. Se eu mexo na Receita e não mexo na Despesa, vou aumentar o déficit orçamentário. Tenho uma meta na Lei de Diretrizes Orçamentárias de um bilhão, 527 milhões, 147 mil e 917 reais; essa foi a meta. A proposta para Despesa, agora na correção, é de um bilhão, 620 milhões, 261 mil, 484 reais e 93 centavos. Vejam: estamos aumentando praticamente em 100 milhões a meta prevista para a Despesa, mas não falamos em Receita. Se eu faço isso, salvo melhor juízo, e quero até ser melhor esclarecido a respeito desse assunto, o que estou fazendo é aumentar o déficit orçamentário. Ora, se aumento o déficit orçamentário, como é que vou supri-lo? Existem muitas formas de suprir o déficit orçamentário, mas também não está aqui. Sabem a fórmula que vai ser utilizada para suprir esse déficit? Também não está aqui! Ora, mas será que houve um erro quando se fez a formulação do Orçamento? Também isso não fica claro. Há outras correções que são feitas, mas eu acredito que a correção na qual devemos nos ater mais e até votar com absoluta consciência... Eu não sou o melhor dos especialistas em Orçamento aqui desta Casa, mas sempre me debruço sobre o Orçamento, e não quero votar nenhuma matéria sem pelo menos verificar dentro do meu grau de conhecimento. Mas eu tenho certeza de que a maioria dos Vereadores da Casa conhece muito pouco essa matéria orçamentária, e até uma das críticas que eu faço àquele segmento do Orçamento Participativo é exatamente essa: que a maioria das pessoas vota matérias, analisando algo que é realmente muito difícil de ser compreendido, que é o Orçamento público. Então, na verdade, se vota sem maiores conhecimentos, e, por isso, são facilmente manipuladas as pessoas que vão tentar votar o Orçamento, e a única coisa que podem votar é alguma coisa que passa na frente da sua casa. Essa é a maior crítica que eu faço, na verdade, a quem tenta colocar essa disponibilidade para todas as pessoas votarem o Orçamento.

Mas há uma dúvida que eu gostaria de ver sanada: por que é que se mexe na Despesa e não se mexe na Receita? Eu não estou estabelecendo nenhuma crítica; estou dizendo apenas que é uma dúvida. Eu acho que o que é principal em um Orçamento são essas duas variantes: a Receita e a Despesa. A Lei nº 4.320/64, sob a égide da qual nós sempre analisamos os Orçamentos, diz que nós devemos colocar na mesma proporção receitas e despesas; aquilo que falta para se suprirem despesas, na verdade, vai constituir o déficit orçamentário, que tem de ser coberto por operações de crédito ou por outros mecanismos que vão fazer com que Receita e Despesa possam bater uma com a outra, porque, senão, nós vamos começar a ter dificuldade, realmente, para compreender o Orçamento de Porto Alegre.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o PLE nº 029/03. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores e senhoras, eu acho que o debate proposto pelo Ver. Sebastião Melo é um bom debate. O Ver. Luiz Braz também deu seguimento a ele, e eu quero, neste momento, responder ao Ver. Luiz Braz sobre a colocação objetiva que ele fez relativa à apreciação desse Projeto de Lei.

Ver. Luiz Braz, Vossa Excelência tem-se dedicado à questão tributária e à questão orçamentária como um eixo do seu mandato. Então, eu queria dialogar com Vossa Excelência. Quando se faz uma Peça Orçamentária - uns fazem de um jeito; outros, de outro, mas enfim - é uma previsão de receitas e de despesas. Ela é feita e terminada praticamente na metade do ano e projeta o ano seguinte. Quando foi feita a Peça Orçamentária vigente, de 2003, ela terminou de ser preparada em julho de 2002. Havia, até aquele momento, apenas uma previsão de quanto o Município iria arrecadar e quanto iria ter de despesas. Depois, essa Peça é encaminhada para esta Casa, é examinada, etc., etc., etc.

O que o Projeto de Lei, que nós estamos discutindo, está colocando, não é mais uma estimativa, mas, mercê de um Balanço Patrimonial, Ver. Sebastião Melo, entre o Ativo e o Passivo, verificou-se que a previsão não foi absolutamente correta, e houve um superávit relativo àquilo que foi previsto até o mês de julho de 2002. Estou falando em dezembro de 2003, quando é feito o Balanço Patrimonial. E foi apurado aqui, porque jamais a gente iria acertar - como se diz na gíria - na mosca, porque é uma previsão, depende muito do andamento da economia. O ano passado foi um ano eleitoral; a gente sabe tudo que o País sofreu por especulação daqueles que queriam a bancarrota do País, que não são os brasileiros, mas aqueles que estão lá fora, e, no resultado final, portanto, houve um superávit.

Ver. Luiz Braz, neste momento, esse diálogo eu quero fazer com V. Exa. O superávit que há no Balanço Patrimonial é, de plano, acrescido às Receitas do Orçamento do ano seguinte. Portanto, Ver. João Antonio Dib, já estavam colocados. Quando existe, num Balanço Patrimonial, uma diferença no superávit, esse valor já foi acoplado ao Orçamento de forma automática. Mas a Despesa não foi feita da mesma forma, porque foi apenas a Receita. Então, o que se está fazendo aqui, na verdade, é adaptando, porque, se nós não fizermos isso, uma série de despesas - Ver. Luiz Braz, estou dialogando com Vossa Excelência -, despesas inclusive de pagamento de pessoal, talvez até aqui na Câmara de Vereadores, do Poder Executivo, com certeza, despesas que podem ser realizadas deixarão de ser, se nós aqui ficarmos apenas na disputa política e partidária. Não é isso que estamos fazendo. O que eu estou aqui dizendo é que aquele superávit que foi apurado no Balanço, que não é mais previsão, mas é resultado contábil, é acrescido ao Orçamento enquanto Receita, e agora nós estamos apenas adequando à Despesa para que possam ser feitos os gastos.

Nesse sentido, Ver. Luiz Braz, acho que esse debate é importante. O Ver. Sebastião Melo divergiu um pouco; ele quis discutir suplementações. Eu falei a ele que, independentemente de oposição sobre isso, da forma como se faz o Parlamento no Estado, os limites para suplementação são os mesmos. Se, por acaso, com esse valor se exceda àquilo que foi estabelecido pela Casa, a única forma de suplementar é mediante Projeto encaminhado a esta Casa. Portanto, é esse diálogo que eu faço com V. Exa. e com o Ver. Sebastião Melo, e quero dizer que, para o bem do Município, é de suma importância que venhamos a aprovar. Trata-se meramente de um jogo contábil: a Receita já foi colocada, mas a Despesa não foi. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 029/03.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, está certo o Ver. Juarez Pinheiro em uma coisa: não é uma disputa política, nem poderia ser, nós estamos falando do Orçamento de Porto Alegre, e qualquer um de nós quer que a realização deste Orçamento se dê da melhor forma possível para o nosso Município.

Embora eu não possa conceder aparte, quero fazer um diálogo com V. Exa. Eu vou falar e quero que V. Exa. busque compreender. Ver. Juarez Pinheiro, V. Exa. está corretíssimo quando diz que nós tivemos, na verdade, uma execução orçamentária que trouxe acréscimo para a Receita, e isso é absolutamente normal. Nós tivemos uma previsão de um bilhão e 500 e alguma coisa para a Receita, e um bilhão e 500 e alguma coisa para a Despesa.

Eu gostaria de saber se a técnica legislativa a ser utilizada, Ver. Juarez Pinheiro - e eu não estou reclamando de números, estou reclamando de técnica legislativa -, não forçaria a que nós tivéssemos também de colocar os números do processo, que corrigem também a Receita, porque sobre os números sempre incidem alguns percentuais que são extremamente importantes para todos nós, do Município.

Ver. Juarez Pinheiro, V. Exa sabe que sobre as Receitas Correntes, ou pelo menos boa parte das Receitas Correntes - vamos excluir o SUS -, incidem, por exemplo, nas Receitas, o percentual da Câmara. Então, eu acredito que, no momento em que vier a Peça para votarmos, se ali não estiver fixada a nova Receita - porque nós temos uma nova Receita -, ela já estará automaticamente suplementada. Mas acontece que nós temos de estabelecer qual será esse novo número, porque nós estamos crescendo a Despesa. E nós sabemos que nós só vamos crescer a Despesa, porque houve um trabalho positivo com relação à Receita.

Então, o que eu estou aqui dizendo é que, no meu modo de entender, a técnica legislativa que está sendo utilizada para colocar esse processo em votação, aqui neste plenário, está equivocada, porque há um acréscimo na Despesa. E eu acho que esse acréscimo é lógico, mas também deveria ser lógico que viesse para nós, aqui, da mesma forma, no mesmo percentual, o acréscimo na Receita, porque sobre o acréscimo de Receita vão trabalhar alguns percentuais que poderiam, Ver. Sebastião Melo, estabelecer um diferencial para a Câmara, quem sabe, porque nós estamos mexendo, aqui, apenas com Despesas. E são sobre Receita os outros trabalhos percentuais, como, por exemplo, o percentual da Câmara Municipal. Então, acredito, nós precisaríamos, como técnica legislativa, colocar também, nesse processo que nós vamos votar, a alteração com relação à Receita no mesmo percentual que nós vamos votar a variação com relação à Despesa. Acho que é uma obrigação nossa fazermos isso. Se existe, realmente, mais dinheiro para ser contabilizado e para ser gasto pelo Município, nós temos a obrigação de fazer.

Nós não podemos nos negar a colocar quase que essa suplementação automática que chega, colocando novo patamar para Despesas, mas, da mesma forma, eu não vejo por que não estarem estabelecidas ali as novas Receitas também para o nosso Município. É a única dúvida que eu expresso. Eu não coloco como uma certeza, porque eu não sou o maior especialista em técnica legislativa, e nós temos grandes especialistas aqui na Casa, a nossa Diretoria Legislativa é extremamente competente em matéria de técnica legislativa. Mas eu acredito que, realmente, de acordo com o meu modo de ver os processos tramitando na Casa, é uma falha que nós deveríamos corrigir antes da votação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Associação dos Servidores de Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul está realizando um importante Seminário no Plenarinho da Casa do Povo de Porto Alegre. O Seminário trata da Lei de Responsabilidade Fiscal, Controle Interno, Ações de Final de Mandato, Tomadas de Contas do Legislativo Municipal, Relatórios de Gestão Fiscal, O Ministério Público Especial e o Papel do Legislativo.

Nós temos a honra de contar, neste momento, aqui no plenário da Casa do Povo de Porto Alegre, com a presença do Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães, do Tribunal de Contas do Paraná. Registramos isso com muita satisfação. Quero que V. Sa. se sinta como se estivesse na sua casa, no seu Tribunal de Contas. O Tribunal de Contas é realmente importante para todos nós. Neste momento, a Câmara Municipal gestiona, no nosso Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, uma solução para um problema financeiro, que está afetando seriamente o nosso encerramento de contas. Sinta-se em casa; V. Exa. é bem-vindo.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 029/03.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, discutimos e agora encaminhamos a votação do Projeto de Lei do Executivo, que altera o Anexo de Metas Fiscais – Anexo 1 da Lei n.º 8.977, de 6 de setembro de 2002, Lei das Diretrizes Orçamentárias e dá outras providências. Objetivamente, o que diz o Projeto? O Projeto quer alterar o Anexo 1, em relação ao exercício de 2003, passando a Despesa para um bilhão 620 milhões 261 mil 484 reais e 93 centavos; o resultado nominal para 94 milhões 253 mil 744 reais e 3 centavos negativos e o resultado primário para 148 milhões 280 mil 771 reais e 93 centavos negativos.

Ora, Sr. Presidente, a mim não surpreende esse fato, porque nós temos falado aqui, sistematicamente, ao longo dos últimos exercícios, que nós temos tratado a Lei Orçamentária de uma forma muito conservadora, quando não até passível de se transformar numa ficção da realidade orçamentária do Município. Lembro a V. Exa. que nós sustentávamos, no ano passado, que a Receita estava equivocadamente prevista, que era flagrante que nós teríamos superávits orçamentários ao curso deste ano, e que isso nada mais seria do que a repetição de situações análogas, verificadas nos exercícios anteriores quando os superávits orçamentários ocorreram, como estão ocorrendo no presente exercício. O Vereador-Presidente dizia-me há pouco, dando um único exemplo, de que apenas na retenção do Imposto de Renda na Fonte, em nove meses já superou os treze que compõem o Orçamento, porque nós não podemos esquecer que o décimo terceiro salário também enseja a retenção de Receita na fonte.

Ora, agora, o que se pretende aqui é o jogo contábil em que se está aumentando a Despesa, que também foi mal prevista, pelo que se constata. E se diz, à boca pequena, que nós temos de satisfazer esse pedido, porque, não o satisfazendo, criaremos situações de dificuldades, Ver. Sebastião Melo, para a execução orçamentária, com reflexo na remuneração do pessoal. Ver. Wilton Araújo, com reflexo na remuneração do pessoal! Nós todos ouvimos sobre esse fato, pode ser que não tenha sido dito aqui da tribuna.

Então, quero dizer aqui, com toda a tranqüilidade, que há momentos em que nós temos de sopesar os valores em discussão e há momentos em que nós, da oposição, precisamos dar uma demonstração clara de que nós não estamos aqui para inviabilizar a Cidade, e muito menos a atuação do Executivo e mais ainda a aplicação com correção da Receita pública e a exação na Despesa pública.

Nesses números, esconde-se uma situação numa certa anomalia, porque nós vemos, Ver. Wilton Araújo - V. Exa., que me ajudou no passado, lutando para que isso não ocorra –, que vai ser repetida, inclusive no Orçamento deste ano. As previsões orçamentárias são, em algumas rubricas, inferiores às já realizadas neste ano, e, provavelmente, em novembro ou outubro do ano que vem, nós tenhamos de nos debruçar sobre situações como esta.

Então, eu quero dizer o seguinte: eu não assumiria o risco de ser responsabilizado por inviabilizar o pagamento do pessoal. Não cabe a mim, como Vereador, conduzir a política de pessoal, sou impedido de fazê-lo; a Lei não me permite isso. Se eu não posso fazer o bem, muito menos o mal eu irei fazer. Agora, parece-me que o Ver. Wilton Araújo, que nos falou oportunamente, tem razão num particular, essas coisas precisam ser ditas com clareza. Está-se pedindo à oposição a compreensão para não inviabilizar o pagamento do pessoal; é evidente que a oposição vai responder positivamente. Agora, não se faça exercício de oratória aqui, porque ninguém aqui está querendo fazer o mal apenas porque não gosta da decisão do povo, que escolheu o PT em quatro oportunidades. O povo está errado, mas o povo, até quando erra, acerta. E, ao acertar, nos deu a possibilidade de ter uma oposição responsável nesta Casa, que não falta nunca com a Administração, ainda que alguns de seus integrantes - e eu sou um deles - possam com freqüência serem acusados de ser linha auxiliar do PT. Não sou linha auxiliar de ninguém! Sou linha auxiliar, sim, do interesse público da Cidade. E eu não posso entender que uma cidade possa ter tranqüilidade, se o Governo se meteu numa enrascada, Ver. Sebastião Melo, e vai ter dificuldade para pagar o pessoal. Não vai ser por culpa nossa! Absolutamente! Não haverá de ser.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do PLE n.º 029/03.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, insigne Ver. João Antonio Dib, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Reginaldo Pujol realmente é craque. Ver. Reginaldo Pujol, V. Exa. qualifica este Parlamento; nos momentos mais difíceis, V. Exa. sempre tem grandes saídas. Mas eu quero retomar esta discussão do ponto em que nós iniciamos aqui pela primeira intervenção. Eu não vou usar o linguajar do tecnicismo, porque a população e até mesmo a Casa, Ver. Marcelo Danéris, não é muito afeita a questões de Orçamento, a este linguajar orçamentário. É um linguajar que precisa, e muito, avançar, para que o povo efetivamente consiga adentrar nessa discussão. Porque o povo não adentra nessa questão da discussão orçamentária. Essa linguagem é impermeável. Mas o que está aqui colocado com clareza meridiana... E teria razão, sim, o Ver. Juarez Pinheiro - grande Vereador desta Casa -, o representante do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva nesta Casa, se o Governo não fosse reincidente! Mas o Governo, nessa matéria, não é réu primário, tem uma longa ficha nessa matéria! Por quê? Porque, Ver. Luiz Braz, eu analisei, junto com a nossa assessoria, no mínimo os últimos 10 anos. Noites indormidas. E há uma seqüência, anualmente, no sentido de que a Prefeitura subestima a Receita. Portanto ele diz que vai arrecadar menos do que aquilo que ele sabe que vai arrecadar. Ele sabe que vai arrecadar 200, mas diz que vai arrecadar 150. Ele faz isso intencionalmente, não faz de forma involuntária; sabe que vai arrecadar mais e diz que vai arrecadar menos. E, aí, lá no final, Ver. Ervino Besson, ele utiliza aquele superávit, aquilo que arrecadou a mais e que não vem para o Orçamento, dizendo em que iria ser gasto, e aí gasta naquilo que acha que tem de gastar!

Mas, também, a pesquisa nos aponta que, na maioria das vezes, o Prefeito suplementa no Gabinete, mais pontualmente nas verbas publicitárias, e nas verbas publicitárias sem licitação para poder divulgar a Cidade virtual, dizendo que aqui não há fome, não há miséria, não há falta de habitação - o que não procede.

Esta Cidade não é uma ilha isolada do País, mas agora fica muito mais difícil para o Governo, porque os governistas desta Casa sempre diziam, atribuíam que as mazelas de Porto Alegre continuavam, porque havia um Governo da República que não dava atenção a Porto Alegre...

 

(Aparte anti-regimental.)

 

Neoliberal. Pois agora assumiram o Governo da República e estão aliançados com a “banqueirada”, com o Fundo Monetário e com o Banco Mundial, e não vem um centavo para a Habitação, nesta Cidade, até agora. E, na Saúde Pública vão diminuir 51 milhões, neste ano que está em curso. É disso que nós estamos falando, então. Evidente que essa suplementação tem sido utilizada rotineiramente. É disso que nós estamos falando, porque se fosse um caso excepcional, eu daria razão ao Ver. Juarez e diria: “Olha, Ver. Juarez, V. Exa. até tem razão nos seus argumentos”. Mas o Governo é reincidente nessa matéria de forma contumaz. Então, portanto, nós não vamos avalizar esse procedimento, porque esse procedimento, na verdade, não traduz, não é boa técnica legislativa. Não, o Governo sabe elaborar muito bem os seus projetos de leis, as suas Metas Fiscais, tem bons especialistas, tem bons economistas, tem bons planejadores e faz isso deliberadamente para poder, evidentemente, depois, fazer as suplementações de acordo com seus desejos, de acordo com a sua vontade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Vereador-Presidente, apenas para um esclarecimento, eu discutia com o Ver. Luiz Braz, que encaminhou, e nós até entendíamos que o Vereador tinha, em certa parte, razão; se mexêssemos na Receita, teríamos de mexer na Despesa, também, ou vice-versa. Mas nós verificamos que o que nós estamos alterando, aqui, não é a Lei Orçamentária, que tem de ter o equilíbrio entre débito e crédito; nós estamos, aqui, tratando de metas. Eu quero dizer que eu até havia me sensibilizado com os argumentos do Ver. Luiz Braz, mas se nós tivéssemos nos referido ao Orçamento. Nós estamos nos referindo aqui à LDO; são metas, apenas. Então, não há essa necessidade do equilíbrio entre a Receita e a Despesa, são metas. Por isso, eu quero retirar, em parte, o comentário que fiz sobre a intervenção do Ver. Luiz Braz e reafirmar, então, que está correta, do ponto de vista de técnica legislativa, a proposta do Governo. É o nosso entendimento. O Ver. Luiz Braz, talvez, pudesse emitir algum juízo, também. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, o PLE nº 029/03. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 22 votos SIM, 03 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Apregôo a Emenda n.º 01 ao PLL nº 169/03. Emenda nº 01 (Lê.): “Dispõe sobre a oficialização do Festival Choref de Música e Dança do Folclore Judaico, promovido pela Fundação Israelita Brasileira de Arte e Cultura Kadima". Emenda do Ver. Isaac Ainhorn, Líder do PDT.

Apregôo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Raul Carrion, ao Substitutivo nº 02, ao PLL nº 008/03 (Lê.): “Dispõe sobre o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais aos domingos'. Altera o parágrafo único ao art. 1º do Substitutivo nº 2 ao PLL nº 008/03, que passa a ser assim redigido: Excetuam-se do disposto no caput deste artigo os estabelecimentos comerciais operados diretamente pelos proprietários, sócios ou familiares até o primeiro grau de parentesco'”.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1727/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 059/03, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem patrimônio cultural do Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;

- da CECE. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 01-10-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº 059/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu imagino que nós vamos aprovar este Projeto por unanimidade, considerando o conjunto dos pareceres favoráveis das Comissões por onde ele tramitou.

O Projeto a que me refiro é de minha autoria e institui em Porto Alegre o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, os bens que constituem o patrimônio cultural em nosso Município. Talvez isso, para alguns Vereadores, se constitua ainda em uma matéria nova, tendo em vista que o grande debate, que já está apropriado pela sociedade, quando trabalhamos a questão dos bens culturais, se refere fundamentalmente aos bens culturais materiais, aqueles bens que são palpáveis: os prédios históricos, os castelos, as pontes, as construções. Porém, este Projeto se refere às questões intangíveis, aos bens culturais imateriais. E o que se compreende com isso? É exatamente o patrimônio cultural que se perpetua na sociedade, e que é um patrimônio daquela sociedade, como, por exemplo, as danças, as comidas típicas, aqueles atos incorporados ao longo da vida de uma sociedade.

Talvez ficasse mais clara a explicação na nossa sociedade, se, por exemplo, nós pensarmos na Festa dos Navegantes. Eu sempre procuro explicar isso, mostrando o que seria uma cidade se perdesse aquele bem. Por exemplo, em Porto Alegre, o Brique da Redenção, se nós perdêssemos a festa, o significado do Brique da Redenção; possivelmente Porto Alegre não seria uma cidade completa do ponto de vista da sua expressão.

Muitas das danças folclóricas deste País se perderam. E há no Brasil um movimento, desde a década de trinta, instituído a partir da ênfase dada por Mário de Andrade na discussão dos bens culturais imateriais. Ainda no mês de outubro, a UNESCO realizou uma reunião na França, onde a questão dos bens culturais imateriais foi palco central desse debate. A nossa Comissão de Educação realizou, na semana passada, na sede do Ministério Público Estadual, um Seminário, exatamente, para que nós pudéssemos aprofundar o significado dessa temática e discutir quais os critérios técnicos que tem de ser adotados por um Município para catalogação de seus bens. Nós sabemos que o IPHAN, o Instituto Nacional, já tem uma metodologia, que foi aprovada com os critérios técnicos, que deve, efetivamente, ser empregada pelo Executivo Municipal na hora da catalogação desses bens, na hora da definição dos bens nos livros de registros que são exatamente os instrumentos usados para que se apontem esses bens considerados, tecnicamente, como os bens imateriais de uma cidade.

Essa experiência da Comissão de Educação e Cultura - realizando pela primeira vez nesta Casa um seminário sobre o patrimônio imaterial - contou, inclusive, com técnicos não apenas do Rio Grande do Sul, mas com, por exemplo, uma das maiores especialistas brasileiras, a arquiteta Márcia Santana, que veio de Salvador para apresentar o seu trabalho de doutorado referente a esse tema. Eu penso que foi uma oportunidade extremamente interessante de mostrar que isso corresponde a uma tomada de consciência da sociedade sobre a necessidade de preservar o seu passado para que se possa construir, efetivamente, o seu presente e projetar o seu futuro sem a perda das suas raízes.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o PLL n.º 059/03.  Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação a Emenda n.º 01 aposta ao PLL n.º 059/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 0367/02 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 044/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o Prêmio Não às Drogas a Luiz Matias Flach.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 13-10-03.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR n.º 044/02. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2184/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 045/03, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Líder Esportivo à Senhora Vera Maria Brusque da Silva. Com Substitutivo n.º 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela rejeição do Projeto e aprovação do Substitutivo n.º 01;

- da CECE. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela rejeição do Projeto e aprovação do Substitutivo n.º 01.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 13-10-03;

- prejudicada a votação do Projeto, nos termos do art. 55 do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR n.º 045/03, com Substitutivo n.º 01. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o Substitutivo nº 01 ao PR nº 045/03. Está prejudicado o Projeto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2981/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 057/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha ao Professor Pinheiro Eizerik.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 20-10-03.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR n.º 057/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

(O Ver. João Antonio Dib reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR n.º 062/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Havia um Requerimento no sentido do adiamento por uma Sessão de um Projeto de Lei que oficializava o Festival Choref da Fundação Kadima de Porto Alegre, PLL nº 169/03, e havia uma questão legal a ser resolvida, que resolvi com a apresentação de uma Emenda supressiva ao art. 2º. Conseqüentemente, eu queria desistir do adiamento e colocá-lo imediatamente em discussão.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Se o Plenário concordar com que seja anulado o Requerimento de adiamento, o Projeto será colocado em votação neste momento.

Em votação o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando a retirada do Requerimento que solicitava o adiamento de discussão do PLL nº 169/03, por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Eu apenas quero adiantar a V. Exa. que as oposições concordam com a proposta feita por V. Exa.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação Requerimento de dispensa de envio às Comissões da Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 169/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Vamos votar o Requerimento para realização de Sessão Solene na Pontifícia Universidade Católica para outorga do Título de Cidadão de Porto Alegre ao Maestro Frederico Gerling Júnior, no dia 02/12. Mas eu não sei se o Projeto já foi aprovado.

O Projeto - PLL nº 356/03 - não foi aprovado ainda, acho que não podemos aprovar o Requerimento, até porque depende ainda de sanção do Prefeito. Não temos como votar o Requerimento.

Enquanto isso, eu gostaria de alertar aos Srs. Vereadores – e é claro que não deveria ser necessário, mas vou fazê-lo: as Comissões se instalam sempre com quórum, para que não sejam invalidados os esforços dos Vereadores. Eu gostaria de chamar a atenção e reiterar: Comissões se instalam com quórum!

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3214/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 169/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que dispõe sobre a oficialização do Festival Choref de Música e Dança do Folclore Judaico, promovido pela Fundação Israelita Brasileira de Arte e Cultura Kadima.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 13-10-03.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº 169/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Em votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 169/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1271/03 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 003/03, que reabre o prazo para regularização das construções clandestinas da Vila Farrapos, fixado no art. 2º da Lei Complementar 469, de 17 de dezembro de 2001.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Darci Campani: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Cassiá Carpes: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Almerindo Filho: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 06-10-03;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/03. (Pausa.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu estou aqui acompanhando atentamente, mas, fruto da velocidade, vou-me socorrer do meu Líder da oposição quanto a se esse Projeto faz parte do rol dos acordos que nós acertamos nas nossas reuniões.

 

(Manifestações paralelas.)

 

Bom, então não faz parte, o PMDB não vai fazer acordo sem discutir a matéria.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não, eu não estou dando nada, eu estou colocando em discussão...

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Enquanto isso, nós vamos encaminhar contrariamente ao Requerimento.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Eu faço um apelo a V. Exa. para que medite.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: E eu faço um apelo a V. Exa. para que na reunião de amanhã da oposição nós coloquemos em discussão para que possamos discutir a matéria. O PMDB vai encaminhar contra a matéria.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, quero dizer a V. Exa. que a Mesa recebeu e ia votar. A Mesa acolheu porque em 1984 o Prefeito João Dib já fazia Projeto semelhante, e ele vem sendo... Eu retiro.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: V. Exa. tem todo o direito como Presidente da Casa e mais do que isso, tem legitimidade, só que estamos aqui, e fruto de alguns acordos..., portanto, acordo tem que valer na sua totalidade.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, eu não estou discutindo com V. Exa. Está na lista do acordo, me informa aqui a Ver.ª Maria Celeste.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, como está na lista do acordo, seria bom consultar o Ver. Sebastião Melo, porque é retirada a base de sua argumentação. Se está na lista do acordo, o Vereador poderá votar.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Um momento. O Projeto está elencado, mas V. Exa. há de convir de que houve aqui uma discordância. Eu não entendi a discordância.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, não houve discordância; houve dúvida. Ver. Sebastião Melo, eu registrei como dúvida de V. Exa., porque eu não tinha a relação em mãos. Agora está elencado para ser discutido e votado.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu devolvo a pergunta da seguinte forma: existe aqui uma organização a ser votada, que está no espelho, sim. Se aqueles Projetos que estão acima desse Projeto, se os autores desses Projetos concordam, não sou eu que não irei concordar. Portanto, evidentemente que tem de consultar os autores dos Projetos que ainda não foram votados. Se eles concordam, não sou eu que vou discordar.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu quero esclarecer ao Ver. Sebastião Melo que nós terminamos de votar um Projeto de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que estava exatamente antes desse processo. Há um interesse, de qualquer forma...

 

(Manifestações paralelas.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, eu dialoguei aqui com o Ver. Sebastião Melo, ele já verificou que já constava na relação; já está ciente da importância do Projeto, e eu tenho certeza de que o Vereador vai concordar com que seja votado.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Então, a Mesa mantém.

Em discussão o PLCE nº 003/03. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, nós achamos que um Projeto que trata de regularizações das construções clandestinas – que é o que mais há nesta Cidade – nos proporciona um debate do conjunto da Cidade. E por que isso? Porque aqui se reabre um prazo - e eu estava lendo a Ementa do Projeto – para uma área específica, que é a da Vila Farrapos.

Ora, nós sabemos, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Sr. Presidente, que o que mais há nesta Cidade, na nossa cidade de Porto Alegre, são construções irregulares! E aí, Vereador-Presidente, não vamos querer atribuir, Ver.ª Margarete Moraes, as construções irregulares apenas à periferia. Há centenas de construções irregulares nos mais diversos bairros, especialmente nos bairros nobres desta Cidade!

Portanto, quando se discute essa questão pontual - Ver. Elói Guimarães, que conhece a máquina da Prefeitura muito bem -, algo está errado, porque construções irregulares são permitidas diariamente nesta Cidade. E, evidentemente, depois, têm de ser criadas situações para regularizar isso. A nossa Prefeitura criou um “Tudo Difícil” na Av. Borges de Medeiros; deveria criar um “Tudo Fácil”. Hoje, Presidente, para se aprovar um Projeto de Lei para uma construção na cidade de Porto Alegre, Ver. Haroldo de Souza, são três anos! São dois anos! São dezoito, são vinte órgãos, Vereador-Presidente, que têm de opinar sobre uma construção! As paredes da SPM, da SMOV deveriam ser derrubadas e deveria ser criado ali um grande balcão, no qual, no mínimo, o contribuinte pudesse enxergar as pessoas!

Então quando se discute essa regularização, eu não posso deixar de analisar o conjunto dessa questão. Eu não posso deixar de analisar o conjunto porque, na verdade, a “burrocracia” é um dos fatores que contribui para a questão das construções irregulares. Ele não é o único; a falta de fiscalização é outro.

Diz a nossa Lei Orgânica – que é a Constituição do Município –, que a Prefeitura deve ter equipamentos capazes de orientar, especialmente as camadas de baixa renda, nas suas construções. O que faz a Prefeitura de Porto Alegre? Não tem absolutamente nenhuma política nessa área!

Votamos há alguns minutos o censo habitacional, que vai proporcionar um diagnóstico de todas essas questões, inclusive o das construções irregulares. Porque lá num dos seus itens do censo habitacional, nessa radiografia que a Prefeitura vai fazer, nós vamos poder também diagnosticar a quantidade de construções clandestinas existentes na cidade de Porto Alegre.

Eu não conversei com o meu colega Vereador, porque foi extremamente rápida a colocação em votação, mas, como Líder da Bancada, vou conversar para que a gente vote favorável, sim, ao Projeto, para reabrir o prazo. Agora, o que precisa é haver uma política maior. Não a questão apenas pontual; nós vamos votar a questão pontual, mas o que está faltando é olhar o conjunto da Cidade, porque a questão das construções irregulares é um pedaço da história que está lincada com uma história maior - a de uma Cidade em que falta um maior planejamento urbano, uma melhor fiscalização, e uma “desburrocratização” especialmente das secretarias afins, que aprovam projetos para a cidade de Porto Alegre. Criaram o “Tudo Difícil”...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerre, por favor, nobre Vereador.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: da Prefeitura. Ao invés de ser um “Tudo Fácil” é um “Tudo Difícil”, porque ali a “burrocracia” vai liquidando com o cidadão que contribui, e contribui muito, ao Erário e para a sustentação de todo o conjunto dessa Cidade. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/03.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, examinei esta matéria quando foi analisada na Comissão de Constituição e Justiça. Opinei no sentido da juridicidade da matéria, dizendo que, Ver. Pedro Américo Leal, já em oportunidade anterior, instado a manifestar-me sobre a prorrogação do prazo destinado à regularização das construções clandestinas da Vila Farrapos, entendi a validade da proposta e manifestei-me favorável a ela - gesto que neste momento repito. Em nada conforta o Executivo ter uma legislação que deixa à sua margem significativa parcela da população apenas porque não teve tempo para adimplir com as mínimas condições nela contidas. Não se trata de uma população que rejeita a Lei, pelo contrário, ela aceita a Lei. Apenas, por uma ou outra razão, não pôde, no espaço de tempo que lhe foi dado, aproximar-se do Executivo de forma a ser reconhecida e acolhida. E assim entendo válida a reabertura do prazo de modo a permitir que cerca de trezentas e cinqüenta unidades da Vila Farrapos venham a ser regularizadas sob o ponto de vista urbanístico, instando o Executivo para que procure, um a um, se for o caso, co-responsáveis, de forma a tornar o Projeto efetivamente inclusivo.

Ora, o Ver. João Antonio Dib - que tem a ver com o início desse processo de regularização - há pouco me lembrava de um aspecto que até a mim, Ver. Sebastião Melo, passou despercebido: a ementa deste Projeto está errada. A ementa afirma que vamos regularizar construções clandestinas. Não são clandestinas, não! Não há como chamar de clandestinas construções feitas pela COHAB do Rio Grande do Sul e inauguradas pelo Presidente da República. Na maioria das situações, aquelas habitações são irregulares porque não se ajustaram a determinadas regras urbanísticas, que não são fatais, Ver. Elias Vidal.

Olho para Vossa Excelência e me inspiro, agora. Vossa Excelência que conhece muito bem aquela área, tanto que lá foi o local no qual eu vim a conhecê-lo. Saibam todos que a Vila Farrapos existe há mais de 20 anos na cidade de Porto Alegre. Em outra oportunidade, eu lembrava ao hoje Deputado Fernando Záchia que o seu pai sabia muito bem, Presidente da COHAB que foi, autor de processos de regularização de infra-estrutura. O que aconteceu é que, numa época em que a demanda habitacional era muito grande, como é agora – o Dr. Ferraro sabe muito bem disso -, na ânsia de se dar resposta a esses anseios populares, construiu-se a toque de caixa uma vila, uma verdadeira cidade com mais de 2 mil habitações, e não foram seguidos alguns regramentos. Mais tarde, teve de haver correções de redes de esgoto, de levantamento de solo, situações de toda a ordem.

O Município custou a receber a Vila, até que, ao recebê-la, verificou nela algumas irregularidades que, eu repito, não era clandestina, e buscou, por meio de atos administrativos, resolver essa situação. Eu lembro bem que, o Dr. Ferraro, aqui presente, foi o Relator de uma Resolução do Conselho do Plano Diretor que abriu as portas para que houvesse essa regularização. Depois veio uma Lei - nós gostamos muito de lei – que produziu muitos efeitos, mas ainda precisa ser complementada, e essa complementação são os 350 lotes, as 350 residências que precisam ser oficialmente regularizadas. Por isso, eu fiquei um pouco surpreso por, neste final de tarde, essa matéria ter vindo à votação e fico preocupado, Ver. João Dib - mui digno Presidente desta Casa -, porque sei que se tratando de um Projeto de Lei Complementar, precisa-se de maioria absoluta para aprovar essa matéria. Então, com a tranqüilidade de quem conhece e apóia essa proposição, o fez de forma expressa, e eu consulto Vossa Excelência da conveniência de nós, hoje, só discutirmos essa matéria, salvo se tivermos absoluta segurança de que tenhamos aqui número satisfatório para ser votada, para que não se corra o risco de uma matéria que, apesar desse erro de localização do problema colocado na sua ementa - porque as construções não são clandestinas, elas são irregulares. Muitas vezes é o “puxadinho” que se fez à luz do dia, todo mundo estava enxergando, não pode dizer que é clandestino; é irregular, isso é, nós sabemos que é irregular.

Então esse Processo, que no meu entendimento tem de ter uma resposta favorável, Ver. Pedro Américo Leal - meu grande líder e comandante -, só deixe ele ser votado no dia de hoje, se nós tivermos certeza de que nós temos essa possibilidade, segura, de se garantir a maioria qualificada, que nos determina a Lei, para que o Projeto, efetivamente, sob todos os pontos de vista, possa produzir o seu efeito. Confio na vossa Liderança! Desta vez sou eu que lhe passo a missão.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Reginaldo Pujol, esse é um dos poucos Processos que passou por todas as Comissões: Comissão de Justiça, Parecer de V. Exa. favorável; Comissão de Finanças, Ver. Darci Campani, favorável; Comissão de Urbanização e Habitação, Ver.ª Maristela Maffei, favorável; Comissão de Defesa do Consumidor, Ver. Cassiá Carpes, favorável; Comissão de Meio Ambiente, Vereador-Relator Almerindo Filho, favorável – todas favoráveis. Eu não vejo por que não deva ser votado, já que precisa de 17 votos, e há mais do que isso no Plenário.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a matéria, por ser Projeto de Lei Complementar, necessariamente, tem de ter votação nominal?

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Então vamos votar de uma vez.

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerrada a discussão. Em votação o PLCE nº 003/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Está encerrada a pauta definida pelas Lideranças.

Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h54min.)

 

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